São dois projetos: de relicitação da Malha Oeste e a expansão da atual Ferroeste para Maracaju
O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Hélio Peluffo Filho, assegurou que o modal ferroviário é a pauta mais importante do atual governo de Mato Grosso do Sul. Hoje, no Estado, existem dois projeto ligados ao Governo do Estado que pode ativar as ferrovias, são eles: de relicitação da Malha Oeste por parte da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e da nova ferrovia que vai expandir a atual Ferroeste (de Cascavel a Guarapuava, ambas no Paraná) para Maracaju. “Não tenha dúvida de que essa é a pauta mais importante pro Estado. Quando se tem um modal ferroviário, há toda uma logística praticamente viabilizada, sua logística ou modal de transporte rodoviário é direcionada pra ferrovia, tira uma carga excessiva até sobre o nosso pavimento, direcionando para a ferrovia, que tem uma capacidade de transporte muito maior, mais eficiente, com um custo muito menor”, explicou Peluffo em entrevista ao programa de rádio Tribuna Livre.
Ainda conforme o secretário, o governador Eduardo Riedel não vai sossegar enquanto nãover as ferrovias do Estado em pleno funcionamento. “O governador não vai cessar enquanto não colocar essa ferrovia de pé. É lógico que temos que discutir, porque a Malha Oeste, alguns anos atrás, teve um propósito: o transporte de combustível.
Então, as curvaturas, os raios de curvaturas não são os ideais, a inclinação não é a ideal, tem toda uma questão técnica que precisa ser discutida”, assegurou. Desativada desde 2014, o governo federal e a ANTT estão trabalhando no processo derelicitação da Malha Oeste. No fim de maio, a agência encerrou o período de contribuições públicas sobre a nova licitação da ferrovia, que irá escolher um novo concessionário e liberar a Rumo da operação, que está em processo de devolução desde julho de 2020.
Ainda no fim do mês passado, o Ministério dos Transportes publicou portaria pela qual aprova os estudos para a nova concessão da Malha Oeste, em termos de compatibilidade com a política pública federal para o transporte ferroviário. Entretanto, o projeto exclui o ramal que liga Campo Grande ao município de Ponta Porã.
O governo, por meio da Semadesc (Secretaria de Estado, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), pediu a reavaliação de pontos do projeto, incluindo, justamente, a inserção do trecho de ferrovia ligando a Capital e Ponta Porã. Conforme o titular da Semadesc, Jaime Verruck, o governo entende que o volume de carga, principalmente agrícola, que poderia ser utilizada nesse ramal, é expressivo. “Por isso, nós estamos pedindo uma reavaliação técnica do volume de carga e do investimento necessário para inserir também o ramal de Ponta Porã até Campo Grande, dado que a movimentação de soja é extremamente significativa”, frisou. Inclusive, no último dia 13 de junho, o governador esteve com o atual diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale, pedindo celeridade na análise e aprovação desse projeto. O retorno da Malha Oeste será fundamental para o escoamento de minério na região de Corumbá. Segundo Hélio Peluffo, o volume passará de 800 mil toneladas pra dozemilhões.
Para o prefeito da Cidade Branca, com a ativação da ferrovia, Corumbá deixará de ser o início ou fim da linha. “Precisamos, o mais rápido possível, desenrolar esse processo, que estava marcada para dois anos atrás. Precisamos colocar isso em prática, para que Corumbá deixe de ser o início ou o fim da linha ferroviária para tornar-se o meio da Rota Bioceânica. Temos condições de exportar até 15 milhões de toneladas de minério de ferro e estamos exportando só 4 milhões. Isso ajudaria a gerar mais empregos e renda no município e fortaleceria também o comércio interno”, garantiu. Iunes argumentou ainda que a Malha Oeste também tiraria boa parte do tráfego pesado da BR-262. “Hoje, algumas siderurgias do sudeste, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais estão comprando minério de Corumbá e esse material está indo pela BR-262. Com a ferrovia funcionando, esse volume poderia ser ainda maior e ajudaria o Estado, na arrecadação do ICMS”, pontuou.
A malha ferroviária que liga São Paulo e Mato Grosso do Sul [de Corumbá a Três Lagoas], tem extensão de 1.625,30 quilômetros, número que já considera a não reativação do ramal de Ponta Porã. De acordo com a ANTT, são cerca de R$ 18 bilhões em investimentos. Entre as propostas de modernização estão a ampliação e construção de pátios de cruzamento.
Nova Ferroeste
Outro projeto referente à ferrovia que está em andamento, em estágio mais avançado e traz benefícios para Mato Grosso do Sul, além de contar com o apoio do governo estadual e do Paraná, é a expansão da atual Ferroeste (de Cascavel a Guarapuava, ambas no PR). Segundo o Estado, o governo federal está trabalhando para concessionar a ferrovia Nova Ferroeste e a fase atual é de licenciamentos ambientais.
O projeto da nova ferrovia vai expandir a atual para Maracaju e Paranaguá, no Paraná, com dois novos ramais até Foz do Iguaçu e Chapecó, em Santa Catarina. No Estado , a Nova Ferroeste entrará por Mundo Novo e percorrerá os municípios de Eldorado, Iguatemi, Amambai, Caarapó, Itaporã e Dourados, até chegar em Maracaju.
Ao todo, 1.304 quilômetros de trilhos vão conectar Maracaju a Paranaguá, além de um ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu. Os investimentos, somente no trecho de Mato Grosso do Sul, que terá inicialmente 76 km e já está em andamento, superam R$ 1,2 bilhão.
O secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação , Jaime Verruck, enfatiza a importância da ferrovia para o escoamento de graos. “Hoje, cerca de 40% da produção de grãos do Estado já sai pelo porto de Paranaguá. Com a ferrovia esse transporte terá ainda mais agilidade, com redução nos custos logísticos em pelo menos 30%, permitindo ao produtor rural sul-mato-grossense ter uma boa margem de negociação”, enfatizou.
Por Rafaela Alves – Jornal O Estado do MS.
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