Escola que sofreu ataque na Capital tem dias tranquilos com reforço da segurança

Fotos: Camila Farias
Fotos: Camila Farias

Após o assassinato de dois adolescentes, executados a tiros em uma escola na cidade de Cambé, no Paraná, durante um atentado cometido por um ex-aluno, na última segunda-feira (19), o medo voltou a tomar conta de pais de estudantes de todo o país. Com isso, o jornal O Estado esteve em frente à escola municipal Bernardo Franco Baís, localizada no centro da Capital, onde a mãe de um aluno também sofreu um ataque há pouco mais de um mês.

Diferente do cenário observado anteriormente, no local, o clima é de tranquilidade entre os alunos e pais que permanecem atentos à frente da escola, no horário da saída e entrada dos estudantes, isso porque, desde o ocorrido, a GCM (Guarda Civil Metropolitana), tem estado presente no local para manter a segurança das crianças, pais e funcionários da instituição de ensino.

De acordo com o agente patrimonial Jocsã Conceição Silva, que foi o responsável por segurar o adolescente que atacou a mulher na escola, aqui, na Capital, houve uma mudança: a entrada está mais restrita, mas ainda não é 100%. “O botão de pânico nas escolas é de grande validade, mas um agente de patrimônio presente inibe mais, mostra mais segurança e os pais se sentem mais seguros vendo que tem um segurança cuidando dos seus filhos, durante todo o tempo”, disse. Ele destacou ainda que, no caso que aconteceu no Paraná, não havia um agente de segurança na escola, “O rapaz entrou fácil e, falando como pai, nós precisamos pedir mais segurança tanto para os alunos como para os funcionários. A vida vale mais que o patrimônio, o agente patrimonial é qualificado para estar ali, na linha de frente, na escola”, afirma Jocsã.

De acordo com a Semed (Secretaria Municipal de Saúde), as medidas anunciadas pela atual gestão municipal, queadotou o fechamento dos portões – não permitindo acesso nem mesmo aos familiares durante a entrada, saída ou horário de permanência dos alunos na escola; a incorporação de 109 servidores da GCM e a disponibilidade de viaturas exclusivas para rondas escolares, bem como o desempenho dos agentes patrimoniais, foram fatores determinantes para que houvesse uma resposta rápida diante do acontecido, em 18 de maio.

Também, como forma de reforçar a segurança da comunidade escolar, a prefeitura lançou o aplicativo “Educação + Segura”, por meio do qual professores, diretores e funcionários da Reme (Rede Municipal de Educação) podem acionar o “botão do pânico”, que mobiliza a GCM (Guarda Civil Metropolitana), em caso de ataques ou emergências nas escolas municipais. O objetivo é evitar tragédias e acionar, de maneira eficaz e discreta, a polícia.

A Semed informa ainda que o currículo municipal contempla temas como o combate à violência, combate ao bullying, dentre outros, que são trabalhados nas unidades, além de contar com o Secoe (Setor de Acompanhamento de Conflitos Relacionados à Evasão e Violência Escolar), que realiza periodicamente a formação continuada com diretores e coordenadores, para que eles saibam identificar os casos de abusos e maus-tratos e fazer as denúncias ao órgão competente.

Marly Depieri é mãe de um aluno da pré-escola e afirma que é impossível estar 100% segura, sabendo de tudo o que acontece, mas que, com a presença da Guarda Municipal, é possível ficar um pouco mais confiante. “A gente tem medo, sim, mas as crianças precisam vir à escola, temos que confiar na segurança que colocaram aqui, porque se não, o que vamos fazer? ”, conta.

Já para a adolescente Giovana Ojeda, 14 anos, a escola não representa medo, mesmo após o ocorrido em maio, ela explica que, com a presença dos agentes da GCM e também com os portões da escola sempre fechados, eles se sentem seguros.“O portão fica sempre fechado, tanto esse aqui da frente quanto o de cima e com os guardas e a ronda escolar aqui na frente, é bem tranquilo para nós”, conta.

Relembre o caso 

Adolescente passará por nova audiência, no fim deste mês. A questão da segurança nas escolas está em discussão desde o início do ano, quando ocorreu uma série de ataques às escolas em algumas regiões do Brasil, inclusive em Campo Grande. No dia 18 de maio, um adolescente de 15 anos invadiu uma escola na região central de Campo Grande, com uma marreta e quatro facas e acabou ferindo uma mãe que deixava o filho na escola. Logo depois, o jovem foi contido pelo guarda patrimonial com o auxílio de um professor. A vítima teve um ferimento leve, foi atendida na Santa Casa e teve alta no mesmo dia.

De acordo com as informações da advogada Fabiana, que atua na defesa do adolescente, desde o dia do crime, ele está preso em uma Unei (Unidade Educacional de Internação), aguardando a audiência marcada para o final do mês de junho, que definirá se ele irá responder em liberdade ou não.

 

Por Camila Farias – Jornal O Estado do MS.

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