Entrevista da semana com o Governador de SP, João Doria

Dória
Valentim Manieri

“A via que será vitoriosa em 2022 será nem Lula nem Bolsonaro”

Doria diz que a campanha será pela melhor via, a de amor, vida, saúde, trabalho, emprego, meio ambiente, liberdade e democracia

O segundo entrevistado da série com presidenciáveis do jornal O Estado é o governador de São Paulo, João Doria, que esteve recentemente em Campo Grande. O tucano se apresenta como gestor de sucesso na iniciativa privada, mas que ganhou amadurecimento na gestão pública pela experiência de prefeito e governador do mais importante estado do país, São Paulo.

Doria afirma que o melhor caminho ao país será por não escolher Lula nem Bolsonaro, e apostar em uma via que visa ao desenvolvimento de forma geral, sem o extremismo da direita e da esquerda. Ele avalia que o momento de prévia no PSDB é ideal para oxigenar a disputa à Presidência e permitir a escolha de um melhor projeto para o país. Entre Doria, Tasso Jereissati, Arthur Virgílio e Eduardo Leite sairá no dia 21 de novembro o candidato oficial do partido.

“Seja eu o vencedor ou não, nós teremos de coligar. Teremos de dialogar. Teremos de trazer para o campo democrático outros partidos com visão agregadora. Somando forças, pacificando e somando aqueles que fazem parte deste centro democrático em busca da melhor via. A via que será vitoriosa em 2022 e volto a repetir: nem Lula, nem Bolsonaro”, reforça.

A vacinação será uma bandeira de campanha de Doria. O Estado de São Paulo foi o primeiro a vacinar contra a COVID-19 no país. A oposição que faz ao governo de Jair Bolsonaro é de que, não fosse a insistência pela CoronaVac, a vacinação só começaria em abril. “Essa mesma vacina já salvou, até o presente momento, mais de 70 milhões de vidas. E continuará a fazê-lo. Então, este será um ativo, sim. Na lembrança, na memória e na compaixão daqueles que, tendo recebido a vacina, ou seus pais, seus avós, seus irmãos, parentes e amigos salvaram-se e estão vivos felizmente”, defende.

Doria cita Mato Grosso do Sul como estado-irmão. Elogia a postura do governador Reinaldo Azambuja no enfrentamento da pandemia e na recuperação da economia. E prometeu cuidar da fronteira do país. “Certamente isso fará parte do plano de governo. Pretendemos reduzir a carga tributária sobre os insumos do agro; é uma pauta comum. Temos uma política de renovação de máquinas e produtos agrícolas trabalhando para ampliar e ajudar a todo o Brasil, e especificamente Mato Grosso do Sul”, diz.

Eleito com mais de 10,9 milhões de votos como governador do Estado de São Paulo, Doria disputou a primeira eleição em 2016, quando se tornou prefeito de São Paulo, eleito no primeiro turno. Seu ingresso na política teve como principal motivação usar sua larga experiência na iniciativa privada para modernizar e enxugar a máquina pública. Filho do deputado federal baiano João Doria, teve de se mudar para a França quando o pai foi cassado pelo golpe militar de 1964.

Anos depois, ao voltar para o Brasil, começou a trabalhar aos 13 anos. Formou-se como jornalista e publicitário, e ingressou na área de comunicação. Foi diretor da Rede Bandeirantes de Televisão e professor de Marketing. Além de secretário municipal de Turismo de São Paulo e presidente da Paulistur, na gestão Mário Covas. Em 2012, pelo quarto ano consecutivo, foi eleito uma das 100 pessoas mais influentes do Brasil e do mundo, pela revista “ISTO É”.

O Estado: Antes de se confirmar como concorrente à Presidência, o senhor terá pela frente a prévia do partido, onde quatro nomes postulam a disputa; qual sua expectativa?

João Doria: São três bons candidatos que vão disputar as prévias juntamente com o nosso nome. Primeiro quero ressaltar o valor da democracia para o PSDB, que valoriza as prévias para ouvir os seus filiados, seus membros e seus integrantes a fim de tomar uma decisão. Nada mais democrático que as decisões do PSDB, ainda que evidenciadas com disputas, com diferenças, mas sempre dentro do espírito democrático. É assim que se faz uma verdadeira democracia. Não se espera numa democracia a unanimidade e as posições absolutas.

Mas a divergência traz a convergência e é isso que as prévias vão proporcionar. Tasso Jereissati, Arthur Virgílio e Eduardo Leite são bons candidatos e vão contribuir com a discussão e as prévias. E o candidato do PSDB que for escolhido pelas prévias sairá fortalecido e engrandecido por elas. E isso vai permitir que ele possa negociar com outros partidos em busca de um apoio mais amplo dentro deste campo da frente democrática para formar não uma terceira via, mas uma melhor via para as eleições de 2022.

O Estado: A vinda a Mato Grosso do Sul, além da busca por conquistar a preferência na prévia, faz parte já da pré-campanha?

João Doria: Naturalmente. Apresentando as nossas propostas de governo, respeitando os demais candidatos, tendo humildade e capacidade de compreender as necessidades e vocações regionais. Para isso, você precisa ir e estar presente. Não se pode fazer uma campanha nem mesmo para a prévia virtualmente. Você tem de estar presente, saber ouvir, escutar as demandas e compreender as necessidades locais. Outro bom valor das prévias é que vai ensinar a todos nós que estamos disputando: quais são as necessidades do Brasil e não apenas sob o nosso prisma a distância. Mas com a proximidade e a verificação in loco das reais necessidades… Confira a entrevista completa na página A8 na edição impressa de segunda-feira/domingo do Jornal O Estado Mato Grosso do Sul.

Texto: Andrea Cruz e Alberto Gonçalves

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