Os enfermeiros da Santa Casa de Campo Grande alegam um novo atraso no pagamento dos salários da categoria, de acordo com denúncias feiras ao Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Mato Grosso do Sul). O Sindicato irá realizar nesta sexta-feira (10) uma Assembleia Geral para discutir o assunto.
De acordo com presidente do Sindicato, Lázaro Santana, a falta de pagamento é proveniente do atraso do repasse mensal, de responsabilidade da Prefeitura de Campo Grande. “A Santa Casa alega que até esta data [hoje] não recebeu os repasses da prefeitura, que são aproximadamente mais de 12 milhões. Nós agendamos para hoje uma assembleia para deliberar os próximos passos”, disse Lázaro.
Ainda conforme Lázaro, a situação financeira dos enfermeiros é preocupante. “Estão desesperados, pois dependem exclusivamente do salário da Santa Casa. Estamos entrando no décimo dia do mês, além da alimentação, os trabalhadores têm contas de luz, água, mensalidades escolares, entre outros”. Ele ressalta que os atrasos são recorrentes.
Por meio de nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informa que houve um repasse esta semana. “A Prefeitura efetuou na quarta-feira (08) o repasse de aproximadamente R$ 10,8 milhões para o hospital. A previsão é que até a próxima semana seja repassado mais R$ 9 milhões referente aos serviços pré-fixados. A Sesau reitera que não há atraso nos repasses e os mesmos estão dentro do prazo legal”.
O Secretário Municipal de Saúde, Sandro Benites, disse em vídeo divulgado nas redes sociais do sindicato que na manhã de hoje foram depositado seis milhões do repasse federal e que o Estado depositou mais sete milhões ontem. “Hoje, após o almoço, nós vamos somar os valores já depositados com 5 milhões da prefeitura, para que ocorra o repasse imediato e para que não haja nenhum tipo de paralisação”, finaliza.
A Santa Casa de Campo Grande não se manifestou até o fechamento da matéria, mas o espaço segue aberto.
Mobilização
A categoria ainda deve realizar uma mobilização, de caráter nacional, na próxima terça-feira (14), com objetivo de pressionar o governo para a aplicação do Piso Salarial da Enfermagem. De Acordo com a CNTS (Confederação Nacional dos trabalhadores na Saúde) o Fórum deu um ultimato ao governo federal, ao Supremo Tribunal Federal e as entidades privadas convocando mobilização nacional para o próximo dia 14 de fevereiro e, caso a situação não seja solucionada até o dia 10 de março, a categoria irá declarar greve geral.
O presidente do Siems afirma que a categoria irá realizar uma concentração na frente do Hospital Regional a partir das 8h e no resto do Estado os trabalhadores irão se organizar em praças, unidades básicas de saúde e nos maiores hospitais. “Lembrando que não é uma greve, é apenas um manifesto para que a gente possa chamar a atenção do governo, dos deputados e senadores, referente ao nosso piso salarial”.
Segundo comunicado, os enfermeiro de Mato Grosso do Sul, no dia da manifestação irão diminuir o ritmo de trabalho.
“Já esperamos demais! A categoria é enfática em afirmar que a Enfermagem está sendo tratada com descaso, garantimos o Piso por meio de muita luta e acima de tudo seguindo a conformidade da Lei. Por exigimos que a Enfermagem seja tratada com respeito e que os parlamentares tratem o nosso Piso Salarial com prioridade. Vamos fazer o movimento no dia 14/02, pressionando o governo para que agilize a implantação do Piso. A greve será nossa última alternativa, estamos alertando e seguramos ao máximo em consideração aos pacientes, mas não há como continuar do jeito que está. Vamos mostrar nossa força aos parlamentares. A Enfermagem tem pressa, Piso Salarial, já!”, afirma.
Piso Salarial
O Piso Salarial já foi estabelecido por lei, após intenso processo de elaboração de Projeto de Lei. Mas, no mês que seria aplicado ao salário da Enfermagem, foi suspenso pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que cobrou apresentação de fontes de custeio.
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