Energisa aumenta número de clientes e lucra R$ 118,6 milhões, no trimestre

torre de energia
Foto: Arquivo/Jornal O Estado MS

Os ganhos serão ainda maiores no próximo trimestre, quando for contabilizado o reajuste na conta de energia 

O aumento de 2,2% no número de consumidores da Energisa, em Mato Grosso do Sul, ajudaram a render lucro de R$ 118,6 milhões para a distribuidora. Os clientes saíram de 1,089 milhão para 1,1 milhão. Em contrapartida, os investimentos reduziram 34%, saindo de R$ 211,8 milhões no primeiro trimestre do ano passado para R$ 139,8 milhões no mesmo período, deste ano. Os dados são do relatório trimestral, divulgado pela Energisa. 

O lucro será ainda maior no próximo trimestre, quando for contabilizado o reajuste médio de 9,28%, na conta de energia. 

A receita operacional líquida, deduzida da receita de construção, mostrou redução de 8,9% (R$ 79,7 milhões) no trimestre, para R$ 814,2 milhões. 

A composição das receitas operacionais envolve a residencial, que teve queda de 10,0% (R$ 519,6 milhões); industrial -5,5% (R$ 56,6 milhões); comercial -12,3% (R$ 218,4 milhões); rural -15,8% (R$ 119,7 milhões) e outras classes -9,4% (R$ 112,0 milhões). 

Já em relação aos custos e despesas operacionais, excluindo os custos de construção, foram totalizados R$ 576,7 milhões no primeiro trimestre deste ano, com redução de 6,5% que chega ao valor de R$ 39,9 milhões, quando comparado ao mesmo trimestre de 2022.

Despesa com pessoal 

Ainda conforme o relatório, no trimestre, as despesas com pessoal, administradores e benefício pós-emprego atingiram R$ 35,8 milhões, um aumento de 3,9% ou R$ 1,3 milhão, em relação ao mesmo período do ano passado, em função de alguns fatores, como: aumento de R$ 4,5 milhões em salários e encargos; acréscimo de R$ 0,3 milhão na rubrica de benefícios; redução de R$ 3,5 milhões em função de capitalização.

Despesas com serviços de terceiros 

No trimestre, as despesas serviços de terceiros atingiram R$ 54,8 milhões, acréscimo de 33,6% (R$ 13,8 milhões) em relação ao mesmo período do ano passado, que é explicado pelo aumento de R$ 9,0 milhões nas despesas com manutenção e conservação, poda de árvore e limpeza de faixa de servidão; aumento de R$ 2,9 milhões com leitura de medidores e corte e religação; acréscimo em R$ 4,5 milhões em intercompany; redução de R$ 1,6 milhão em consultoria e TI.  

Caixa e endividamento 

A posição consolidada de caixa, equivalentes de caixa, aplicações financeiras e créditos setoriais em março de 2023, totalizou R$ 544,6 milhões, frente aos R$ 612,0 milhões registrados em dezembro de 2022. 

Ressalte-se que os referidos saldos incluem os créditos referentes à CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), CCC (Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis) e CVA (Conta de Compensação dos Valores da Parcela), que apresentaram montantes positivos de R$ 131,4 milhões, em março de 2023, contra R$ 173,1 milhões, em dezembro de 2022. 

Em 31 de março de 2023, a dívida líquida, deduzida dos créditos setoriais, foi de R$ 2.751,7 milhões, contra R$ 2.523,8 milhões em dezembro de 2022. 

Reajuste na conta de luz 

A RTP (Revisão Tarifária Periódica) da Energisa de Mato Grosso do Sul foi homologada com aumento médio de 9,28%, no dia 4 de abril, e passou a valer a partir do dia 8 do mesmo mês. 

Sendo assim, ficou firmado que os usuários industriais (alta tensão) tiveram acréscimo de 6,28% no valor, enquanto para os de baixa tensão, o aumento foi de 10,48%. Para os residenciais, principal grupo, a tarifa contou com elevação de 9,58%. O reajuste chegou a 1,1 milhão de consumidores, no Estado. 

Na época que ficou decidido o reajuste, a presidente do Concen-MS (Conselho dos Consumidores da Área de Concessão da Energisa em Mato Grosso do Sul), Rosimeire Costa, reforçou que o consumidor deveria ficar mais atento ao seu consumo, pois o percentual é sensível. 

O valor do kWh subiu de R$ 0,09 a R$ 0,12 para os consumidores de baixa tensão no último sábado (8), a partir da Revisão Tarifária Periódica. Para os que estão na faixa de 200 kWh mensais, que são a maioria na área de concessão da Energisa, em Mato Grosso do Sul, o valor do kWh foi de R$ 1,15 a R$ 1,26, já com impostos e na bandeira verde, ou seja, sem acréscimos e considerando a taxa de iluminação pública, de Campo Grande.

Em uma conta de consumo de 250 kWh, por exemplo, a diferença será de, aproximadamente, R$ 27,50. É preciso considerar, porém, que o PIS/ Cofins tem variações, alerta a presidente do Concen, Rosimeire Costa. 

A primeira audiência que ocorreu no mês de fevereiro, a Aneel estimou que o impacto médio seria de 11,36%. O diretor da Aneel, Ricardo Tili, mostrou uma perspectiva de índice geral de 8,9% (grupos A+B), podendo chegar a 6,5% (média alta + baixa tensão), considerando variações dos componentes referentes à energia da binacional Itaipu e nuclear de Angra. 

Rosimeire destacou também o uso do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) de +61,2% em 5 anos para corrigir os reajustes anuais, muito acima da inflação, utilizando-se o índice IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de +28,4% em 5 anos, que reajuste os salários. 

“Todo ano, o MS inaugura a pior fase em relação à energia. O processo de reajuste do IGP-M foi acima da realidade. Acaba sendo um valor bastante ‘salgado’ para o consumidor e o nosso Estado é muito grande, para poucos consumidores”, salienta a presidente do Concen-MS. 

Por Marina Romualdo – Jornal O Estado do MS.

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