A gestora da Kipling, Timberland, Vans e outras quinze marcas confirmou em nota enviada à Folha de S.Paulo que suspenderá o uso do couro brasileiro até que haja uma segurança em relação a origem dos produtos.
“A VF Corporation e suas marcas decidiram não seguir abastecendo diretamente com couro e curtume do Brasil para nossos negócios internacionais até que haja a segurança que os materiais usados em nossos produtos não contribuam para o dano ambiental no país”.
Na mensagem, a empresa também defendeu que seus negócios “visam empoderar movimentos de estilo de vida ativo e sustentável”.
“Desde 2017, nós aprimoramos nosso abastecimento global de couro através de estudos para garantir que os fornecedores de couro estejam de acordo com nossos requisitos de abastecimento responsável”, citou ainda a nota.
Procurado pela reportagem, o Palácio do Planalto disse que não comentará o assunto. O ministério do Meio Ambiente não respondeu até o fechamento deste texto.
No grupo de marcas de grife da VF Corporation que suspenderam as compras de couro brasileiro estão Timberland, Dickies, Kipling,Vans, Kodiak,Terra, Walls, Workrite, Eagle Creek, Eastpack, JanSport, The North Face, Napapijri, Bulwark, Altra, Icebreaker, Smartwoll e Horace Small.
Polêmica
Na quarta-feira (28), o assunto gerou polêmica porque o presidente do CICB (Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil), José Fernando Bello, disse no início da manhã que a suspensão das importações já havia acontecido, porém recuou da informação no final da tarde afirmando que se tratava de apenas uma previsão pessimista.
Ainda ontem, o presidente Jair Bolsonaro publicou em sua rede social que as exportações de couro para abastecer as 18 empresas seguiam normais e que o CICB teria negado a suspensão, posição que não foi confirmada pela entidade.Em nova conversa com a reportagem, o presidente da CICB reafirmou sua posição. “Não estou voltando atrás -até o pessoal escreveu dessa maneira, e eu fiquei chateado”, afirmou Bello. (Folhapress e Marcus Moura)