As emissões brasileiras de gases-estufa ligadas ao desmatamento cresceram 3,6% nos últimos anos. Entre 2017 e 2018, o desmatamento da Amazônia cresceu cerca de 14% e alcançou o maior valor desde 2008, o que fez o país patinar no objetivo de reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
As informações do Seeg (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa) mostram o crescimento de emissões associadas aos setores de processos industriais (como indústria química, produção de metais, e emissão de hidrofluorcarbonos, os HFCs) e resíduos, com aumento de 1,3% e 1,5% respectivamente.
No total, puxadas pelo desmatamento relacionado ao agronegócio, as emissões brasileiras entre 2017 e 2018 tiveram um leve aumento de 0,3%. Sozinho, o setor do agronegócio respondeu por 69% das emissões do país em 2018. Levando-se em conta o período de 1990 até 2017, o agronegócio responde por cerca de 80% das emissões brasileiras.
Enquanto isso, o setor de energia teve diminuição de 5% nas emissões. O peso do desmate nas emissões brasileiras fica mais claro ao se observar os estados líderes em gases-estufa.
Com o aumento do desmatamento em 2019, é possível esperar um cenário mais pessimista para as emissões que serão anunciadas no ano que vem.
As taxas de desmatamento cresceram acentuadamente em diversos meses deste ano. Em junho, o desmate cresceu 90% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em julho, o aumento foi de 278%. Agosto teve crescimento de 222%, e setembro de 96%.
Para controlar a situação, o presidente assinou um decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) que autorizava uso das Forças Armadas para combater os incêndios e outro que criava uma moratório de queimadas na Amazônia por dois meses. (João Fernandes com Notícias ao Minuto)