Pesquisadores da Embrapa Agrobiologia, a partir de uma bacteriocina, desenvolveram um controle biológico para a bactéria Xanthomonas albilineans, bem como outros microrganismos causadores de doenças. Os patógenos provocam a escaldadura das folhas, enfermidade que pode eliminar até 100% de um canavial.
Com o uso da bioinformática, pesquisadores manipularam a proteína recombinante Gluconacina. Trata-se de uma bacteriocina produzida naturalmente pela bactéria Gluconacetobacter diazotrophicus, comum na cana-de-açúcar e, que só é produzida, quando submetida a alguma situação de estresse.
O gene que codifica a bacteriocina foi identificado e retirado da bactéria original, depois inserido em outra bactéria que funciona como um tubo de ensaio e possibilita a produção em grande quantidade.
Márcia Vidal faz parte da equipe envolvida no estudo e explica. “Além de superexpressar em outro organismo, nosso objetivo era também expressar a bacteriocina independentemente da condição da bactéria a que ela está sendo submetida”.
A ideia é produzir uma formulação biotecnológica para ser aplicada preventivamente nos próximos anos. “O objetivo é ter um produto com grande quantidade de bacteriocina para usar direto na planta por meio de pulverização”, conta a pesquisadora da Embrapa.
Sobre a Gluconacetobacter diazotrophicus
Presente também na batata-doce, abacaxi e capim-elefante, a bactéria Gluconacetobacter diazotrophicus foi isolada pela primeira vez em 1988, por pesquisadores da Embrapa Agrobiologia.
Ela é fundamental para o crescimento dessas espécies vegetais, por ser uma das principais responsáveis pela fixação biológica de nitrogênio, em que o elemento químico é retirado da atmosfera e transferido para as plantas.
A bactéria produz ainda hormônios vegetais que promovem o aumento da área do sistema radicular e, por consequência, ampliam a capacidade de absorção de alguns nutrientes essenciais do solo.
(Texto: Julisandy Ferreira com informaações do Agrolink)