Em MS, pelo menos 960 veículos a gás estarão isentos de IPVA

gás natural
Foto Marcos Maluf

Esta é uma das novas medidas impostas pelo governador Eduardo Riedel 

Veículos movidos a GNV (Gás Natural Veicular), em Mato Grosso do Sul, terão o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) zerado. Com uma frota de 1,7 milhão de veículos no Estado, aproximadamente 960 são equipados com sistema de abastecimento a gás natural, segundo dados do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul). O número representa 0,05% do total. 

A boa notícia para os proprietários de carros convertidos a gás foi dada pelo governador do Estado, Eduardo Riedel (PSDB), na noite da última segunda- -feira (24), durante evento para divulgação do plano de governança da nova gestão. 

Dúvida

O militar Ruberval Ferreira Pinto, de 51 anos, relata que fez a adaptação em seu automóvel há cerca de um ano e que, desde então, tem visto seu gasto com combustível diminuir significativamente. “O cilindro do meu carro é de 16 metros cúbicos e atualmente gasto, em média, R$ 60 para encher o recipiente. É quase dois por um, considerando o preço do litro do etanol”.

Ruberval explica que a economia é obtida em longo prazo, já que para se fazer a conversão os gastos ultrapassam os R$ 5 mil, a depender do tamanho do cilindro. Sobretudo, o militar ressalta que desconfia da isenção do imposto, tendo em vista que em nenhum outro Estado isso ocorreu. 

“A gente tenta ficar otimista, mas acho meio difícil isso chegar de verdade para nós. Só vendo mesmo para crer. Eu vou esperar”, complementou ele, revelando que até mesmo já pensou em levar o carro para o Rio de Janeiro, onde a documentação para modelos adaptados para o GNV é 75% mais barata. 

Motorista de aplicativo em Campo Grande, Cleison Verão, de 49 anos, é mais um contribuinte que coloca em dúvida o impacto para o consumidor final. “Essas mudanças do governo parecem nunca realmente nos impactarem de maneira positiva”, ponderou, enquanto abastecia o carro com GNV a R$ 4,39.

Realizando um investimento de R$ 6 mil para adaptação do carro, o motorista destaca que economiza, em média, 30%, quando comparado aos gastos que tinha para abastecer o carro. “Gastava R$ 250 por dia, hoje, eu gasto, no máximo, R$ 100. Com um cilindro de 15 m³ não chego a pagar nem R$ 60 para encher”, detalhou Cleison. 

Frentista em um posto de combustível, localizado na avenida Fernando Corrêa da Costa na Capital, que preferiu não se identificar, diz que na rotina do posto, o movimento de carros a GNV é considerável. “Aqui há um volume considerável de carros abastecendo GNV e com essa de zerar o tributo acho que muitos vão querer fazer a conversão, pois a economia compensa”, comenta.

Economia

De acordo com a MSGÁS (Companhia de Gás do Estado de Mato Grosso do Sul), o gás natural veicular é uma opção mais barata, uma vez que apresenta alto rendimento em relação aos combustíveis mais utilizados, como gasolina e etanol. 

Exemplo já demonstrado em outros anos é que, enquantoum veículo consome, em média, 10 km por litro de gasolina e 7 km por litro de etanol, no GNV esse rendimento é de 14 km por m³. O que comprova que o gás natural veicular rende até o dobro do etanol e 40% a mais que a gasolina.

Outros setores

Complementando a agenda de compromissos a serem colocados em prática pelo governo, de forma a beneficiar os sul-mato- -grossenses, Euardo Ridel apontou desoneração fiscal também para setores produtivos, bem como investimentos em infraestrutura, saúde e políticas públicas. 

Ainda dentro do setor tributário, o Estado pretende reduzir o imposto na compra de máquinas para indústria, comércio, serviços e agronegócio. Durante a apresentação do planejamento da gestão, denominada de “Ano 1 de um Novo Ciclo de Desenvolvimento” que, segundo ele, substitui o conceito dos “100 dias” também foi destacada a desoneração de cerca de 24 mil microempreendedores e redução de 58% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para produtos da cesta básica. 

Outros que também serão beneficiados pelas ações serão os produtores familiares, de associações e cooperativas de itens que compõem a merenda escolar. A ação refletirá ainda sobre o setor de serviços, tendo, como exemplo, bares e restaurantes. De acordo com Riedel, serão ações pontuais que atuarão sobre cadeias produtivas, que atingem o produtor e também sua competitividade, de um ponto de vista positivo.

Por Evelyn Thamaris  – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul

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