Pacientes de 15 cidades do Estado precisam procurar serviço médico especializado em outras localidades
Apesar da necessidade em cidades do interior, dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, ao menos 16 cidades ainda não possuem hospitais próprios para atendimento à população local, dependendo, assim, de transferências para cidades vizinhas, muitas vezes a quilômetros de distância.
De acordo com a SES (Secretaria Estadual de Saúde), os municípios sem hospitais são: Bandeirantes, Bataiporã, Corguinho , Dois Irmãos do Buriti, Douradina ,
Japorã, Jaraguari, Ladário, Nioaque, Rochedo, Santa Rita do Pardo, Selvíria, Taquarussu , Terenos e Paraíso das Águas. Contudo, o órgão destaca que, nestas localidades, existe um baixo índice populacional.
“A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul informa que trabalha com a regionalização da saúde, para levar os serviços de alta complexidade a novos municípios do Estado. Embora o Estado registre 15 municípios sem hospitais, trata-se de cidades que possuem índice de população baixo, mas que possuem serviços de saúde 24 horas”, pontuou.
Para o presidente do Cosems MS e secretário de Saúde de Cassilândia, José Lourenço Braga Liria Marin, o ideal seria que todos os municípios do Brasil tivessem um hospital e médicos especialistas, porém, esta é uma realidade muito difícil de alcançar. Aqui no Estado, a maioria destes municípios possuem menos de 10 mil habitantes, onde dificilmente se consegue montar uma rede de atendimento 24 horas, até por falta de profissionais especializados.
Alguns destes municípios possuem policlínicas que funcionam 24h. Elas fazem o atendimento inicial, até o deslocamento para o hospital mais perto. Já os municípios maiores, como Ladário e Terenos, que tem pouco mais de 20 mil, estão ‘colados’ em municípios maiores”, disse.
Em relação à criação de hospitais por região, ele afirma que é algo que está em construção e as secretarias estão caminhando junto com o governo do Estado. “Estamos trabalhando para dar mais autonomia para as micro e macrorregiões do Estado, tanto na oferta de leitos como na contratação de especialistas.
O Cosems está acompanhado o processo de regionalização junto com a SES, e os municípios que tiverem condições de investir, juntamente com o governo do Estado e o governo federal, terão todo o apoio do Cosems, na área técnica”, destacou José Lourenço.
Outra cidade que ainda não dispõe de hospital próprio é Terenos, mas, conforme o prefeito Henrique Budke (PSDB), já foi assinada uma ordem de serviço que autoriza a construção de um HPP ( H o s p i t a l de Pequeno Porte) no município, com entrega prevista para o início de 2025. “Esse é um pedido antigo dos moradores de Terenos e, para nós, é muito gratificante poder atender à demanda, isso porque a maior dificuldade, para nós, sempre foi o tempo para se deslocar até Campo Grande, muitas vezes com um paciente em estado grave”, disse.
Cabe ressaltar que a construção do hospital de Terenos é uma parceria da Prefeitura municipal com o governo doEstado de Mato Grosso do Sul que, conforme o prefeito, disponibilizou cerca de R$ 4 milhões para a obra.
Terenos é uma cidade com 98 anos de história e, desde então, nunca teve hospital disponível para a população, somente unidades de saúde. “Hoje, nossa cidade conta com uma UBS (Unidade Básica de Saúde) e cinco USFs (Unidades de Saúde da Família), além de mais duas inaugurações previstas para o mês que vem e essas unidades acabam fazendo o papel de hospitais, em algumas ocasiões. No pico da pandemia, por exemplo, chegamos a entubar pacientes na UBS, isso porque os hospitais de Campo Grande estavam lotados e aqui nós não tínhamos estrutura hospitalar”, contou o prefeito. Henrique Budke ainda ressaltou que Terenos faz parte de uma rota turística, levando em consideração que passa pela BR-262, que dá acesso a outras cidades. “Um hospital aqui vai atender não só aos munícipes de Terenos, mas também às pessoas que, muitas vezes, se envolvem em acidentes na rodovia. Ou seja, vai atender a todo o tráfego da região, até mesmo Dois Irmãos do Buriti, que também é uma cidade sem hospital”, finalizou.
Por Camila Farias e Tamires Santana– Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.
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