Em horário de pico, trânsito no centro piora por causa de obras

Foto-Denilson-Secreta
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Motoristas pedem por sinalização e reclamam de demora para encontrar rotas alternativas

Por volta das 17h, o trânsito da Capital piora por conta do fluxo de veículos nas ruas, mas também pelas várias obras da segunda etapa do programa Reviva Campo Grande espalhadas pela cidade. Até ontem (12), havia, pelo menos, 16 trechos fechados ou parcialmente interditados que passam por revitalização e obrigam os motoristas a buscarem rotas alternativas.

Segundo eles, o que dificulta é a falta de sinalização antes das ruas que estão em obras para que possam planejar um desvio. “Se tenho entrega e preciso ir com o carro, tenho que sair com uma hora de antecedência. Hoje pode ter um trecho aberto que amanhã não vai mais estar. Precisa de um aviso, com placas, um quarteirão antes e não só no local da obra”, disse o gerente administrativo Jailton da Silva, que trabalha na Rua 26 de Agosto. O local está parcialmente interditado, da 13 de Maio até a Rui Barbosa.

A dona de casa Alcenira de Moraes mora com a família na Rua Pedro Celestino, que também tem trechos interditados. Por conta das obras, ela prefere sair a pé, já que de carro teria de fazer muitos desvios. “Agora, tudo o que eu tenho de fazer penso duas vezes antes. Estou saindo a pé, por causa dessa interdição. Tenho que achar outros caminhos e fora congestionamento em certos horários. Os ônibus têm que virar na Padre João Crippa e fecha todo o cruzamento. Meu filho disse que está levando o dobro de tempo para chegar em casa do trabalho”, reclamou.

Quem também relata a demora para chegar ao destino, por conta dos desvios, é o entregador Vinicius Alves. Ele trabalha em uma loja na Rua Maracaju com a Pedro Celestino, onde, até segunda- -feira, estava interditado para as obras. “O acesso ficou bem restrito aqui. No Centro em geral, eu tive de me adaptar, já tive até que pegar rua na contramão. O acesso fica mais difícil e demora mais por conta dos desvios”, relatou.

Os ônibus também têm sentido o impacto das várias obras espalhadas pelo centro da Cidade. Na edição do jornal O Estado de sábado (10), o presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende, relatou a preocupação de ter de pagar multa para a prefeitura por causa de atrasos, já que o transporte coletivo teve de alterar rotas e, agora, disputa espaço em ruas alternativas que ganharam fluxo dobrado de veículos por conta dos desvios.

A equipe do jornal O Estado percorreu trecho da Avenida Fernando Corrêa, passando pela Padre João Crippa, Avenida Afonso Pena, Rui Barbosa, 14 de Julho, até chegar à Avenida Mato Grosso, às 15h35, e levou 20 minutos para chegar até o destino final.

As obras do Reviva Campo Grande já ocorrem há mais de um mês, começaram em maio no microcentro e em junho na Rui Barbosa, e mesmo assim muitos motoristas são pegos de surpresa. É o caso da bacharel em Direito Luania Beltran, que perdeu uma consulta médica porque não sabia que o caminho que precisava fazer estava interditado. “Eu já não venho aqui [centro] por causa do transtorno. Levei 40 minutos a mais para chegar no meu destino aqui no Centro, não vi em nenhum lugar que a rua que eu precisava acessar estava interditada, perdi a consulta e tive que ir embora”, contou indignada.

Agetran apela para rotas alternativas

A previsão é de que as obras sejam encerradas até o aniversário de Campo Grande do ano que vem, 26 de agosto de 2022. A Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) afirma que agentes estão em trechos críticos para orientação, mas pede para que a população fique atenta às interdições.

“Estamos mandando agentes para alguns locais. Em pontos críticos mantemos agentes permanentes, como, na Avenida Fernando Corrêa da Costa com Padre João Crippa, 13 de Maio e Antônio Maria Coelho”, explicou o gerente de fiscalização de trânsito da Agetran, Carlos Guarini.

Segundo Guarini, os trechos interditados estão sinalizados e estariam com mais alertas, mas os materiais são furtados frequentemente. “Temos em Campo Grande o furto de materiais de sinalização, como cones, placas, até fiação de semáforo. Esse é o problema, a placa está lá, fica à noite, no outro dia já some. Outro problema é que na Rui Barbosa foram colocadas três faixas, tem caminhão que é muito alto, passa e arrebenta”, reforçou.

Para evitar congestionamentos ou atrasos, o gerente pediu que os motoristas redobrem a atenção neste período “Pedimos para que os condutores se atentarem para divulgação, isso é divulgado diariamente. As rotas alternativas a gente passa pela imprensa e pela comunicação da prefeitura”, finalizou.

Texto: Mariana Ostemberg

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