Em Campo Grande, arroz, feijão e alimentos básicos ficaram 5,54% mais caros

Leite e o tomate foram
alguns dos produtos
que tiveram retração
nos preços da pesquisa (Foto: Nilson Figueiredo )
Leite e o tomate foram alguns dos produtos que tiveram retração nos preços da pesquisa (Foto: Nilson Figueiredo )

Em julho o campo-grandense precisou desembolsar R$ 736,98 na cesta básica

Alimentos básicos no prato do campo-grandense e para a população em geral, como as duplas arroz e feijão, café com leite, tiveram alta de 5,54% no período de 12 meses segundo apontou a pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgada nesta última terça- feira (6). Um dos alimentos que mexeu de fato com o bolso do consumidor foi a batata-inglesa, seu aumento chegou a 146,60% na comparação de julho de 2023 e o mesmo mês deste ano.

Segundo a supervisora técnica da pesquisa, Andreia Ferreira, desde 2012, quando o DIEESE começou a pesquisa na capital morena, têm sido comum o registro de retração de preços no segundo semestre, ainda que em Julho deste ano, somente o leite [-0,79%] e, principalmente, o tomate [-45,56%] apresentaram retração de preços. “Em 12 meses, a retração do tomate foi de [-27,83%], que somada às retrações registradas nos preços de farinha de trigo [-14,17%] e carne bovina [-4,32%], e o aumento moderado nos outros alimentos fez com que a variação anual tenha fechado em 5,54%, mesmo com o expressivo aumento da batata”, pondera.

Sobre o comportamento de alta no quilo da batata, Ferreira indicou o clima como o principal causador de aumentos nos preços repassados para o consumidor. “O tubérculo tem sido bem impactado pelas variações climáticas, pois ora o excesso de chuvas causa prejuízos no processo de plantio e colheita, como aconteceu no primeiro trimestre, ora o tempo quente e seco diminui a produtividade dos campos, que já tende a ser menor porque a 2ª safra anual é a das secas, que responde por 30% da produção e abastecimento nacional”, lembrou a pesquisadora.

O instituto de pesquisa divulgou também o valor da cesta básica de julho, nas 17 capitais brasileiras que participaram do levantamento, a capital sul mato-grossense aparece como a quinta mais cara no mês custando R$ 736,98. São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 809,77), seguida por Florianópolis (R$ 782,73), Porto Alegre (R$ 769,96) e Rio de Janeiro (R$ 757,64).
Na avaliação do Dieese, a queda no preço do tomate de 45,56% evitou que o valor do conjunto de alimentos básicos não alcançasse valor maior para o mês. Dado que alivia o orçamento do consumidor reservado para as idas aos supermercados. “A boa disponibilidade do fruto no mercado gerou expressiva queda nos preços do tomate (-45,56%), o que contribuiu para compensar a alta no conjunto de outros onze itens que compõem a cesta básica da capital morena. Comercializado ao preço médio de R$ 5,03 o quilo em Julho, nos últimos dois meses o preço médio do fruto foi comercializado a R$ 9,30. Em 12 meses, a retração também é considerável: (-27,83%)”, destaca a nota da pesquisa.

A conta não fecha 

Um trabalhador que ganha um salário mínimo em Campo Grande, compromete cerca de 56,43% da sua renda para adquirir produtos da cesta básica. No mês que abre o segundo semestre do ano, a jornada de trabalho necessária para comprar uma cesta básica na capital foi de 114 horas e 50 minutos. Em Julho do ano passado, quando o salário mínimo líquido estava em R$ 1.121,10, o comprometimento da cesta alcançou 57,19%.

Com base na cesta básica mais cara em julho (São Paulo R$ 809,77),  o DIEESE estima que o valor do salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.802,88 ou 4,82 vezes o mínimo de R$ 1.412,00. Valor esse que serviria para dar suporte a outros gastos de uma família como alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Comportamento dos alimentos 

Outros dados detalham o comportamento dos alimentos na capital de Mato Grosso do Sul. Ainda que discreta, a retração no preço do leite de caixinha (-0,79%) interrompeu a  sequência de altas da bebida observadas até então. Contudo, o clima quente e seco  tende a contribuir para manter os preços elevados, tanto do insumo quanto do  derivado. Com o aumento no mês de julho, o preço da manteiga (7,20%) completou  um trimestre de altas.

A variação da banana (16,55%) apontou nova alta de preços, mesmo com uma boa disponibilidade da variedade nanica da fruta. Variações climáticas impactam a colheita nos bananais, especialmente da variedade prata, que em menor quantidade e qualidade, contribuiu para que os valores se mantivessem elevados. Depois de dois meses de estabilidade, o pãozinho francês (2,33%) registrou alta, acompanhando o movimento no preço do principal insumo, a farinha de trigo (1,66%).

O açúcar (3,42%) registrou a segunda variação positiva no ano. Os cinco meses em que se observou retração de preços, em função da boa produção do adoçante, contribuíram para que a variação anual fosse a menor observada entre os treze itens que compõem a cesta básica: 1,29% Depois de um quadrimestre de baixas, os preços do feijão carioquinha (1,72%) apresentaram discreta alta.

Entre os alimentos que fazem parte da pauta de exportação, Café (8,83%), Óleo de soja(3,76%), carne bovina (1,78%) e arroz (0,49%) também registraram variações positivas  de preços, com destaque para o percentual notado no café em pó, que completou um quadrimestre de altas, saindo de um preço médio de R$ 13,84 ao longo do 1º semestre desse ano para R$ 16,02 em julho. Em 12 meses, a variação do custo da bebida é de 18,79%. Outros alimentos que apresentaram alta em um ano foram: farinha de trigo subiu 3,41% e feijão (1,72%).

Por Suzi Jarde

 

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