Com cenário de uma possível saída do ministro da ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, do governo, o dólar iniciou as negociações desta sexta-feira (24), em alta de quase 1%, cotado a R$ 5,58, mais novo recorde nominal da moeda americana, quando não se desconta a inflação.
Nesta sexta, a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, via decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta e assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e Moro. Na quinta-feira (23), ao ser comunicado por Bolsonaro sobre a decisão, Moro ameaçou deixar o governo, alegando que não poderia aceitar mudanças na chefia da instituição.
O motivo principal da instabilidade é o de que, de acordo com interlocutores do ministro, Moro entregaria o cargo se não tiver carta-branca para escolher um substituto. A ameaça provocou reações nos três Poderes e a ala militar do governo entrou em campo a fim de encontrar um substituto para Valeixo indicado por Moro e do agrado de Bolsonaro.
O câmbio agora se aproxima do patamar de R$ 5,60. Somente em 2020, em meio a todo o caos econômico provocado pela pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19, e, em alguns momentos, por fatores de instabilidade política no País, a moeda americana já possui uma valorização de quase 40%. Para se ter uma ideia, no início de janeiro, o câmbio estava próximo de R$ 4. No começo da semana, cotação estava em R$ 5,28.
Além do dólar, o euro, moeda oficial da União Europeia, também tem crescimento expressivo neste ano. São, desde janeiro, mais de 30% de apreciação frente ao real. No primeiro dia do ano, o valor da moeda do velho continente estava em R$ 4,50. Às 8h49 desta sexta, atingiu seu mais novo recorde nominal, ultrapassando, pela primeira vez, a marca de R$ 6, chegando a R$ 6,01.
(Texto: Terra)