O Ministério Público de Mato Grosso do Sul apura possível falta de investigação de quase 70 mortes de bebês durante um período de 2 anos na Maternidade de Corumbá. Os óbitos também não teriam sido informados no Sistema Estadual de Investigação de Óbito Infantil, o que é uma obrigação do município.
O motivos das mortes ocorridas nos anos de 2020 e 2021 é que a Maternidade de Corumbá não conta com UTI Neonatal, e todos os casos de gravidez de risco são encaminhados para Campo Grande.
A partir disso, o Ministério Público solicitou informações para a Secretaria de Saúde de Corumbá, e obteve dados alarmantes. No ano de 2020, ocorreram 35 óbitos de bebês na Maternidade, destes, 27 foram investigados e os 8 restantes aguardam os prontuários do hospital para que as investigações sejam iniciadas. Já em 2021, foram 34 mortes com apenas 9 investigações concluídas.
Perante a gravidade da necessidade de apurar esses óbitos, o Ministério Público resolveu abrir inquérito de investigação para acompanhar a análise de todos os documentos que foram enviados pela prefeitura de Corumbá.
A Secretaria Municipal alega que todos os óbitos de 2020 foram devidamente investigados, encerrados e registrados no sistema. Afirmam também que em 2021, das 34 mortes de de recém-nascidos, 17 foram tiveram as investigações encerradas, e 15 se encontram em fase de conclusão. O órgão também assegura que todos os óbitos estão lançados no sistema estadual, e justificaram que o atraso nas investigações se deu por causa pandemia, que teria sobrecarregado os serviços, especialmente os do setor de vigilância em saúde, responsável pelas apurações.
A Secretaria de Saúde não esclareceu quais foram as causas dos óbitos na Maternidade.