Déficit nas contas públicas deve chegar a R$ 600 bi em 2020

Em 2020, o déficit nas contas públicas deve se aproximar de R$ 600 bilhões, o que corresponde a cerca de 8% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Esse déficit é devido aos gastos adicionais para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A previsão foi divulgada hoje (29) pelo Tesouro Nacional.

Se essa estimativa se confirmar, será o maior déficit primário (despesas maiores que as receitas, sem considerar o cálculo os gastos com juros) já registrado.

Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, o governo federal deve apresentar déficit de R$ 550 bilhões, em função da perda de arrecadação, gerada pela economia em queda, e pelo “aumento temporário de despesas” para enfrentar os efeitos econômicos e sociais da pandemia.

Ano passado

Em 2019, o déficit primário do setor público ficou em R$ 61 bilhões (0,9% do PIB). “Qualquer que seja o critério, deve haver forte aumento do déficit primário e nominal do setor público este ano para reduzir os efeitos econômicos e sociais da covid-19. Por consequência, haverá elevação significativa do endividamento público e requererá um esforço fiscal do país ainda maior no período posterior ao da crise. A manutenção do processo de consolidação fiscal, por meio da regra do teto dos gastos, é fundamental para garantir a solvência das contas públicas e, por consequência, a sustentabilidade das políticas públicas tão necessárias no país”, diz o Tesouro.

Ainda conforme o secretário, devido a esse cenário, neste mês o déficit primário deve superar o resultado de todo o ano de 2019. O resultado de abril será divulgado pelo Tesouro no próximo mês.

De janeiro a março, o déficit primário chegou a R$ 2,908 bilhões, contra R$ 9,288 bilhões registrados no primeiro trimestre de 2019.

(Texto: Izabela Cavalcanti com informações da Agência Brasil)

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