Delegados alertam de que esse tipo de crime “não vai vingar na Capital”
Em coletiva realizada na sede do Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), os delegados Pedro Henrique Cunha e Roberto Guimarães deram detalhes sobre a investigação, que apreendeu, em parceria com a Polícia Civil de São Paulo, três criminosos do estado vizinho, que furtaram o apartamento do ex-governador Reinaldo Azambuja, atual presidente estadual do PSDB, na Capital.
Conforme a polícia, o flagrante dos autores ocorreu na capital paulista, e por se tratar de uma quadrilha especializada, os criminosos já presos em Campo Grande, foram indiciados por furto. “No mesmo dia do ato, eles praticaram o crime e logo após já retornaram para o estado de São Paulo. O objetivo deles é como se eles sumissem do mapa aqui. Só que com a investigação, nós conseguimos localizá-los, monitorá-los e conseguir lograr isso na prisão deles no estado de São Paulo”, afirmou o delegado Pedro Henrique.
Os autores possuem entre 20 e 30 anos e, apesar de serem paulistanos, já realizaram crimes em diversos estados brasileiros, como São Paulo, Bahia, Pernambuco, entre outros. O histórico do grupo justifica a “expertise” em driblar sistemas de segurança de condomínios de luxos. Segundo os delegados, constatou-se, após verificação, que foram levados joias e outros pertences de valor do ex-governador. Nesse caso, o fato do apartamento ser do Reinaldo Azambuja é pura coincidência, explica os policiais. “É uma quadrilha especializada em furtos de apartamentos. Eles vêm de outros estados, procuram apartamentos de luxo e buscam, por uma falha de segurança, alguma forma de entrada no local. Nesse caso, foi uma pesquisa no Google que os levou até aquele apartamento. Não tem relação com a vítima”, disse Henrique.
Identificados por meio de vídeos, segundo a investigação, os autores utilizaram as escadas, ao fundo do condomínio para acessar apartamentos. O modo de arrombamento, segundo o levantado, foi utilizado uma chave de fenda. Como a tentativa não teve êxito, os indivíduos utilizaram a força.
“Nesse caso, foi com chute, porque ele não conseguiu arrombar mediante a chave de fenda. Mas eles não vão com nenhum material específico, justamente porque eles levantariam suspeita na entrada. Então, eles tentam passar o mais desapercebido possível, com a maior descrição possível, são indivíduos que têm expertise nessa modalidade”, afirmou.
Método da quadrilha
O imóvel do Reinaldo Azambuja, localizado no Jardim dos Estados, foi invadido no último fim de semana, e conforme descreveram os policiais, os autores simulam morar ou possuir parentesco com moradores para driblar a segurança, bem como trajar vestimentas de alta qualidade, os afastando do esteriótipo do criminoso comum. “E Eles vão até o último andar, batendo de porta em porta, veem se tem habitação. A partir do momento que eles verificam que é um imóvel habitado, mas os moradores não estão naquele local, eles se aproveitam e arrombam a porta e entram. Então é uma espécie de tentativa e erro”, explicou o delegado Roberto Guimarães.
O método é recorrente pelos indivíduos, que já foram atuados por crimes do mesmo tipo no estado de São Paulo. “Um dos que foram presos, quando estava em liberdade, foi preso em flagrante exatamente em condomínio de alto padrão do estado de São Paulo, praticando o mesmo crime”, explanou o policial.
Contudo, policiais afirmam que esse é um tipo de crime que “não vai vingar na Capital”. “Aqui esse crime não vinga. A gente consegue, nem que seja necessário nós irmos a outros estados para capturá-los, para apresentá-los à justiça, por meio de uma investigação técnica e robusta”, enfatizou Guimarães.
Por Ana Cavalcante
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