Os números do último balanço divulgado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) confirmam: a pandemia está fazendo mais vítimas jovens. Entre a semana epidemiológica (SE) 1 — 3 a 9 de janeiro — e a semana epidemiológica 14 — 4 a 10 de abril —, as mortes por covid-19 entre os jovens de 20 a 29 anos aumentaram 1.081,82%, segundo o mais recente boletim do Observatório Fiocruz Covid-19.
Nenhuma outra faixa etária registrou um aumento tão acentuado nos óbitos quanto os mais jovens, mas algumas chegaram perto: é o caso dos grupos de 40 a 49 anos (933,33%), de 50 a 59 anos (845,21%) e de 30 a 39 anos (818,60%). A menor alta entre janeiro e abril ficou com os infectados de 60 a 69 anos — 571,52%.
Já o aumento no número de casos foi mais severo nas faixas etárias de 40 a 49 anos (1.173,75%), de 30 a 39 anos (1.103,49%) e de 50 a 59 anos (1.082,69%). Os mais jovens (de 20 a 29 anos) ficaram por último, com alta de 745,67%, pouco abaixo do grupo de 60 a 69 anos (747,65%).
“O acometimento de casos graves, mesmo em populações mais jovens, mantém a pressão sobre serviços hospitalares, já sobrecarregados pela demanda de internação das semanas anteriores. Os recursos hospitalares, de insumos e de profissionais de saúde, se encontram em nível crítico, o que pode causar um aumento da desassistência de saúde, comprometendo, inclusive, o atendimento de outras doenças”, alerta a Fiocruz.
Incidência e letalidade
Nas semanas epidemiológicas 14 e 15 — de 4 a 17 de abril —, o Brasil registrou média diária de 65 mil novos casos e 2,9 mil mortes, “com tendência de desaceleração do processo de transmissão”, de acordo com a fundação. Quase todos os estados apresentaram indicadores estáveis — com exceção de Roraima, onde tanto os casos quanto os óbitos aumentaram.
As cinco UFs (Unidades Federativas) com as maiores taxas de incidência da covid-19 foram: Rondônia: 55,1 casos por 100 mil habitantes Mato Grosso: 54 casos por 100 mil habitantes Espírito Santo: 48,9 casos por 100 mil habitantes Ceará: 48,6 casos por 100 mil habitantes Mato Grosso do Sul: 43,4 casos por 100 mil habitantes.
“Esse padrão mantém as regiões Sul e Centro-Oeste como críticas para as próximas semanas, o que pode ser agravado pela saturação do sistema de saúde nesses estados”, explicou a Fiocruz.
Já as maiores taxas de letalidade foram observadas no Rio de Janeiro (8,3%), Paraná (6,2%), Distrito Federal (5,3%), Goiás (5,2%) e São Paulo (5,1%). Esses dados, segundo a fundação, revelam “graves falhas” no sistema de atenção primária e vigilância em saúde nesses estados, indicando possível escassez de testes e problemas na identificação de grupos vulneráveis.
Ocupação das UTIs
As taxas de ocupação de leitos públicos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) se mantêm, em geral, em níveis muito elevados, ainda de acordo com a Fiocruz. Dados obtidos em 19 de abril e comparados aos do último dia 12 indicam a saída do Amapá de zona de alerta crítico para a zona de alerta intermediário, onde já se encontravam Amazonas, Maranhão e Paraíba.
Único estado fora da zona de alerta, Roraima viu cair a ocupação de suas UTIs de 44% para 38% no período, enquanto os demais estados e o Distrito Federal permaneceram em alerta crítico. A maior queda, porém, foi registrada no Amapá: o estado registrava taxa de 68% em 19 de abril, 16 pontos percentuais abaixo dos níveis da semana anterior (84%).
Quinze UFs têm atualmente taxas de ocupação acima de 90%. São elas: Mato Grosso do Sul: 100% Distrito Federal: 98% Ceará: 98% Santa Catarina: 97% Sergipe: 97% Pernambuco: 97% Mato Grosso: 96% Rondônia: 94% Acre: 94% Paraná: 94% Piauí: 94% Tocantins: 93% Rio Grande do Norte: 93% Espírito Santo: 91% Goiás: 90% Outros sete estados registram ocupação de leitos entre 80% a 89%.
Outros sete estados registram ocupação de leitos entre 80% a 89%: Minas Gerais: 89% Rio de Janeiro: 86% Alagoas: 83% Rio Grande do Sul: 83% São Paulo: 83% Bahia: 82% Pará: 80%.
Quatro UFs têm taxa entre 63% e 78%: Maranhão (78%), Amazonas (73%), Amapá (68%) e Paraíba (63%). Roraima vem em último, com 38%. (com informações do portal UOL)