A ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), atendeu pedido da PGR (Procuradoria Geral da República) e incluiu o presidente afastado do Ibama, Eduardo Bim, como investigado no mesmo inquérito que mira suposta atuação do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles em favor de madeireiras investigadas pela PF.
Cármen havia solicitado informações da PGR sobre Eduardo Bim, pois ao pedir a abertura de inquérito contra Salles, a Procuradoria não mencionou se desejava incluí-lo no caso ou remeter o processo para a 1ª instância. Eduardo Bim foi acusado pelo ex-superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, na mesma notícia-crime que levou à abertura de investigação contra o ministro do Meio Ambiente.
Em resposta, a PGR pediu que Eduardo Bim fosse investigado junto do ministro. A Procuradoria afirma que o presidente do Ibama teria cobrado da PF os documentos técnicos e periciais sobre a Operação Handroanthus GLO, que mirou empresas responsáveis por extração ilegal de madeira.
“Tais fatos devem ser esclarecidos, em especial a motivação do mencionado agente público, guardando a hipótese investigativa relação direta e incindível com os fatos imputados ao Ministro de Estado do Meio Ambiente, Ricardo de Aquino Salles, no contexto dos embaraços à ‘Operação Handroanthus’“, escreveu a PGR.
Eduardo Bim foi afastado do cargo no último dia 19 de maio na Operação Akuanduba, apuração que mira a suspeita de advocacia administrativa (uso da administração pública para defesa de interesses particulares) e favorecimento de exploração ilegal de madeira na Amazônia.
A PF cumpriu 35 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e nos Estados de São Paulo e Pará. A operação foi deflagrada por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Eis a decisão (636 kb). A decisão judicial ainda determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Salles.
Quase 20 dias depois da operação entregou seu celular à PF. Em petição apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal), a defesa de Salles informa que o ministro “pediu o acautelamento do aparelho celular, que não foi requerido na data da diligência realizada”.