Corregedoria conclui inquérito sobre atendimento a Vanessa Ricarte e aponta apenas falha de comunicação

Vanessa foi o primeiro caso de feminicídio registrado em Campo Grande em 2025 - Foto: Reprodução / Redes Sociais
Vanessa foi o primeiro caso de feminicídio registrado em Campo Grande em 2025 - Foto: Reprodução / Redes Sociais

Na época do caso, Governo do Estado e Ministério das Mulheres destacaram necessidade de melhorias no acolhimento às vítimas de violência

A Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul finalizou o inquérito que avaliou o atendimento prestado à jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, antes de seu feminicídio em fevereiro deste ano. Segundo o relatório, que segue sob sigilo, os protocolos da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) foram seguidos corretamente, apesar das críticas feitas pelo governador Eduardo Riedel e pelo Ministério das Mulheres. A única falha reconhecida foi na comunicação entre o setor psicossocial da Casa da Mulher Brasileira e a delegacia.

Vanessa foi assassinada pelo ex-noivo, Caio Nascimento, horas depois de denunciá-lo à polícia. Áudios gravados por ela antes do crime sugerem que houve problemas no atendimento, especialmente na orientação sobre o histórico criminal do agressor, que tinha mais de dez passagens por violência doméstica. A jornalista relatou ter registrado um boletim de ocorrência na madrugada do dia 12 de fevereiro e voltado à delegacia à tarde para buscar uma medida protetiva.

A repercussão do caso levou o governo estadual a revisar cerca de seis mil atendimentos feitos pela Deam em um mutirão de análise. Além disso, foram anunciadas mudanças para aprimorar a proteção às mulheres, como a gestão compartilhada da Casa da Mulher Brasileira, a gravação de atendimentos na delegacia e a capacitação dos agentes. Outra medida prevista é a escolta policial para vítimas que solicitarem medidas protetivas, além do treinamento da Polícia Militar para agilizar a intimação de agressores.

O Ministério das Mulheres também se manifestou sobre o caso, defendendo a necessidade de um atendimento mais humanizado e eficiente. Em reunião com o Governo do Estado, foram pactuadas ações para reduzir a demanda reprimida de inquéritos e fortalecer o sistema de proteção às vítimas.

O feminicídio de Vanessa Ricarte gerou comoção nacional e trouxe à tona a vulnerabilidade de mulheres que buscam ajuda nas instituições responsáveis pela sua segurança. Com o fim da investigação interna da Polícia Civil, o caso segue agora no Judiciário.

 

Confira as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *