A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo abriu inquérito para averiguar a conduta dos agentes que atuaram em Paraisópolis, local em que morreram nove pessoas no baile funk, na madrugada do último domingo (01).
Em nota, a PM diz que todas as circunstâncias serão apuradas. “As armas dos policiais foram apreendidas e encaminhadas para perícia”, acrescentou.
Na manhã desta segunda-feira (02), familiares das vítimas compareceram à unidade responsável pelo caso. A irmã do operador de telemarketing Bruno Gabriel dos Santos, de 22 anos, um dos jovens mortos, professora Ivanini Siqueira, disse que ele estava na companhia de amigos e não conseguiu se desvencilhar do fluxo de pessoas, quando o público do baile funk tentava sair do local. A família é de Mogi das Cruzes, município onde o jovem deve ser enterrado.
“Eles levaram garrafada. Foi todo mundo correndo. Eles estavam em um grupinho de cinco e ele foi o único que não conseguiu correr. Correu pro lado errado, e os outros correram pro outro lado e conseguiram se salvar”, disse Ivanini Siqueira.
Ivanini disse que não tem forças para acompanhar o noticiário e que espera justiça. Ela suspeita que Bruno tenha sido vítima de violência policial, porque assistiu a um vídeo em que a posição do seu corpo sugere que ele tenha sido agredido. “Ou ele foi pego com alguma coisa na cabeça dele, ou ele foi pego de frente, porque, [do contrário], por que é que o corpo estaria [virado] para cima? Não tem lógica isso”.
(Texto: Izabela Cavalcanti com informações do Poder360)