Estudo divulgado na última sexta-feira (21) aponta menor efetividade da CoronaVac em idosos com 80 anos ou mais. Isso levanta a discussão sobre a necessidade de revacinar as pessoas nesta faixa etária ainda neste ano. No caso de implementar uma nova aplicação, defendida pelo coordenador do estudo e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Julio Croda, a dúvida é se o PNI (Programa Nacional de Imunização) deve utilizar a CoronaVac ou outro imunizante.
Para o Estado Online, o especialista explicou que a proteção varia conforme a idade. São 62% na faixa etária dos 70 aos 74 anos enquanto a eficácia é de 28% nas pessoas acima dos 80. Pessoas com idades entre 75 anos e 79, o índice é de 50%, superior ou igual a eficácia constatada nos estudos clínicos do produto, que é de 50,7%.
“Neste sentido [de revacinar], não é a gente que decide, é o Programa Nacional de Imunização, baseado nestes dados, se deve ou não recomendar um reforço com outra vacina ou com a própria CoronaVac”, explicou o infectologista. Os dados já estão com o Ministério da Saúde.
Pela queda da proteção constatada no estudo, Croda defendeu que o público mais idoso passe por nova vacinação. “É necessário que seja revacinada essa população sim, quando tiver vacinas disponíveis, para a gente garantir uma efetividade global acima de 50% nas pessoas acima de 80 anos”, afirmou.
A pesquisa foi feita com 15,9 mil idosos do estado de São Paulo, que tinham idades variadas. Destes, metade testou positivo e a outra metade testou negativa. A partir daí, a pesquisa levantou quem havia sido vacinado com a CoronaVac do grupo que foi infectado pela Covid-19.
Croda destacou que pesquisa semelhante está em andamento com o imunizante da AstraZeneca.