Valor cobrado no kWh (kilowatt-hora) ficará em R$ 1,02 no Estado
Cerca de 1 milhão de consumidores sul-mato-grossenses que utilizam a energia elétrica na área de concessão da Energisa-MS já estão pagando até 6,25% mais caro pelo kWh (kilowatt-hora). Ontem entrou em vigor a nova bandeira tarifária chamada “Escassez Hídrica”, implantada pelo governo federal para sinalizar os custos de geração em cenário de baixa dos reservatórios e acionamento intensivo de termelétricas.
A faixa de consumo mais afetada será a de mais de 50 kWh até 100 kWh mensais, cujo valor do kWh passará de R$ 0,96 para R$ 1,02, já considerando o ICMS reduzido, base Cosip de Campo Grande e PIS /Cofins de agosto.
Para os que consomem 200 kWh, que é a média residencial do Estado, serão R$ 0,05 a mais a cada kWh consumido, cujo valor salta para R$ 1,14.
“Apelamos para que a população use a energia elétrica da forma mais racional possível. Sabemos que este é um grande esforço porque a energia elétrica está presente em tudo na rotina das famílias, mas é o único meio de evitar um grande impacto no orçamento. Da mesma forma alertamos os consumidores comerciais, rurais e os industriais que não estão no mercado livre”, diz a presidente do Concen, Rosimeire Costa.
Agravamento
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse na terça-feira (31) que a crise hídrica se agravou e voltou a pedir esforço da população e de empresas para reduzirem o consumo de energia elétrica.
“Hoje, eu me dirijo novamente a todos para informar que a nossa condição hidroenergética se agravou. O período de chuvas na Região Sul foi pior que o esperado. Como consequência, os níveis dos reservatórios de nossas usinas hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste sofreram redução maior do que
a prevista”, afirmou em pronunciamento em rede nacional de rádio e TV.
Em junho, em outro pronunciamento, o ministro havia pedido que a população poupe energia e água para enfrentar a crise hídrica.
A falta de chuvas deixou os reservatórios das hidrelétricas em seu pior nível em 91 anos e tem forçado o governo a adotar medidas para afastar o risco de racionamento de energia.
Nessa terça, o ministro destacou a importância de se evitar o desperdício do consumo de energia. No pronunciamento, ele deu alguns exemplos: “Desligando luzes e aparelhos que não estão em uso, aproveitando mais a luz natural, reduzindo a utilização de equipamentos que consomem muita energia como chuveiros elétricos, condicionadores de ar e ferros de passar”.
Segundo Bento, a população deve dar preferência para o uso desses equipamentos durante o período da manhã e nos fins de semana. Para manter o fornecimento do sistema elétrico, o governo tem usado usinas termelétricas, que geram energia a custo mais elevado.
“Como todos os recursos mais baratos já estavam sendo utilizados, esta eletricidade adicional proveniente de geração termelétrica e de importação de energia custará mais caro”, disse o ministro.
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou nessa terça uma medida que vai elevar o custo da conta de luz. Foi criada uma nova bandeira tarifária para fazer frente ao aumento dos custos decorrente do agravamento da crise hídrica.
Chamada de “Escassez Hídrica”, a nova bandeira custará R$ 14,20 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) e vigora a partir dessa quarta-feira (1°) até abril de 2022. O Ministério de Minas e Energia evita a criação de um programa de racionamento, algo compulsório. Na semana passada, Bento anunciou um plano de descontos na conta de luz aos consumidores do ambiente regulado (residencial e empresarial) que, voluntariamente, economizassem energia em horários de pico.
“Necessitaremos recuperar nossos reservatórios. Isso vai levar tempo, pois dependemos, além do empenho de todos nós, também, das chuvas. É por isso que, nesse momento de escassez, precisamos, mais do que nunca, usar nossa água e nossa energia de forma consciente e responsável”, afirmou o ministro.
(Texto: Rosana Siqueira)