O projeto de revitalização da avenida Bom Pastor prevê investimentos de R$ 46 milhões. A equipe do jornal O Estado conversou com alguns empresários que expressaram opiniões divididas. O presidente da Assempave (Associação dos Empresários da Avenida Bom Pastor), Jorge Renck, revelou que o projeto não está 100% aprovado e haverá uma nova reunião entre os comerciantes, para acertarem alguns pontos.
Os empresários dizem esperar essa revitalização há alguns anos e que as obras serão positivas para a região, mas estão preocupados com o tempo das obras, tendo em vista que as empresas fecharão temporariamente, de acordo com a movimentação, e isso atrapalhará os negócios.
Uma comparação usada pelos entrevistados foi o Reviva Campo Grande, na rua 14 de Julho, onde muitos empresários fecharam seus estabelecimentos por conta das obras que demoraram e não conseguiram continuar as atividades depois.
“É uma obra há muito tempo aguardada, já são aproximadamente 10 anos, ela foi evoluindo lentamente por capítulos e agora se deu um passo bastante importante para que se torne realidade. Porém, é uma obra que nos preocupa bastante e a gente quer ter todo cuidado possível, para que não haja muito impacto, muita interferência nos negócios, porque é uma rua que não pode parar. Essa obra vai ter que ser feita paralelamente ao funcionamento, o mais perto do normal possível”, comentou o presidente da Assempave.
O secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Marcelo Miglioli, explicou aos empresários que a expectativa é executar a obra de forma a terminar totalmente os serviços, quadra a quadra.
“Já era para ter começado em abril de 2023, mas foi adiada, agora temos que confiar que em 2024 esse processo caminhe. Espero que não seja muito demorado, para não prejudicar o comércio. Temos aluguel para pagar, não é fácil, então, tomara que seja uma coisa rápida. De toda forma, uma revitalização é bem-vinda, certeza que vai ficar bonito”, completou Ricardo Thomaz, dono do Thomaz Lances.
Mesmo com o plano da obra sendo divulgado e não está finalizado, o presidente comentou que há alguns detalhes para serem reparados. “O projeto ficou muito bacana, mas ele não atende 100% da expectativa dos comerciantes e nós vamos nos reunir, para debater isso. Há muitos pontos positivos, porém existem pontos que nós consideramos negativos. Vamos conversar sobre isso, para que a obra ocorra de acordo com a expectativa dos fregueses e dos comerciantes. Então, eu acredito que ele vai, nos próximos meses, sofrer algumas alterações”, revelou, contudo, ele não quis dar mais detalhes para a reportagem antes da reunião com os empresários. “Na nossa interpretação, há vários pontos a serem debatidos, mas as premissas básicas que serão definidas são: o alargamento da rua, pois existem questionamentos de quanto será o alargamento e padronização das calçadas. Ou seja, ‘o que’ será feito está definido, mas exatamente ‘como’ ainda está em aberto”, finalizou o presidente.
O dono do Thomaz Lances disse que a área precisa de um reforçamento policial, além de outras características, pensando nos clientes. “Precisamos de estacionamento, aqui é uma rua que não tem lugar, também seria bom ter passarela elevada, a cada esquina, por conta da grande movimentação de pedestres, de um lado para o outro da rua. Aqui, à tarde, eu cansei de ajudar as pessoas de idade a atravessar a rua, porque carro não para e passa rápido. Outra coisa que seria importante trazer, nessa nova etapa da avenida, é que perto da escola tinha um posto de polícia, atualmente desativado. Seria fundamental reativarem, por ser uma avenida com grande movimentação de pessoas, o que trará segurança aos clientes e empresários. Aqui na vizinhança, acontece muito furto e assalto, talvez diminuiria um pouco essas ocorrências”, posicionou.
No entanto, os comerciantes estão realizados e esperam uma movimentação na economia, após as mudanças. “É o progresso para a rua, que também é uma rua muito famosa, a rua gastronômica de Campo Grande. As obras vão trazer aquecimento para os comerciantes e para a região, é um passo muito importante para nós, comerciantes da rua”, enfatiza Ricardo Thomaz.
O trecho de revitalização corresponde a 1.400 metros lineares, entre a avenida Eduardo Elias Zahran e a rua Domingos Jorge Velho. A previsão é que em janeiro seja aberto o processo licitatório. Parte do recurso, R$ 23 milhões, é oriundo do Pró-Cidades e a outra parte, totalizando R$ 23 milhões, será viabilizado pelo município.
Por Inez Nazira.
Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS
Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.