Com redução de impostos, veículos podem voltar a ficar próximos de R$ 60 mil

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Foto: Nilson Figueiredo/Jornal O Estado MS

Governo anunciou que vai reduzir tributos, o que deve refletir no preço de carros populares

O anúncio de queda do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e PIS/Cofins vão ajudar para que veículos voltem a ser encontrados por um valor mais em conta. A medida, anunciada na quinta-feira (25), prevê redução entre 1,5% e 10,96% no preço final dos carros populares, voltando a ficar próximo de R$ 60 mil.

A medida é válida apenas para carros de até R$ 120 mil, envolvendo, ao todo, 33 modelos de 11 marcas e seguindo três critérios: preço, eficiência energética e o nível de nacionalização das peças.

Conforme apurado pela equipe de reportagem, levando em consideração o preço da tabela Fipe, a redução de 10,96%, e pesquisas feito junto a concessionárias, o Renault Kwid, por exemplo, que custa R$ 72.790 deve passar a custar R$ 64.812,22; o Fiat Mobi, que custa R$ 68.990 vai passar a custar R$ 61.428,70; Volkswagen Polo Track está custando R$ 81.370, deve passar a custar R$ 72.451,85; Renault Stepway custa R$ 103.990 vai passar a valer R$ 92.592,70.

Conforme a gestora de venda direta da Renault de Campo Grande, Cristina Oliveira, a nova política comercial vai oferecer um novo olhar para as concessionárias. “Após a pandemia da covid-19, tivemos um reajuste muito considerável ao veículo zero, pois tivemos uma demanda de 2 anos com escassez do produto no mercado e isso levou ao reajuste dos valores.”

“Acredito que a nova política vá florescer à população, pois, antigamente, tínhamos carros populares custando até R$ 40 mil. E, hoje, o menor preço encontrado no mercado é de R$ 70 mil. Então, realinhando esses valores, vai ajudar muito a população”, salienta Cristina.

Garagem

O proprietário da PartCar Veículos e consultor de vendas, Maurício Miranda, acredita que o número de vendas dos carros seminovos vai aumentar, com a nova medida do governo. “De modo geral, acho excelente o novo plano, de incentivar a compra dos carros populares, pois o preço dos carros zero km vai baratear os custos e a frota do Brasil, que é uma frota de carros velhos, vai começar a melhorar. Atualmente, não existem carros populares no país, então, quanto à medida tomada, eu vejo com os bons olhos”.

“Entretanto, os carros seminovos são gerados pelo valor em comparação ao zero km. Então, se o zero km abaixar o preço, consequentemente, os seminovos vão ter uma queda também e isso pode acabar gerando um problema, principalmente para o lojista. Pois, ele comprou um veículo em um valor que estava na tabela e, em comparação ao carro zero km, vem uma medida do governo que reduz o preço do zero km e talvez não consiga mais vender no preço que foi comprado”, explica Miranda.

De forma geral, o proprietário da garagem relata que os lojistas precisam se adequar ao novo momento e que o setor automotivo sempre sofre grandes mudanças.

O proprietário da garagem Cleobauto Automóveis, Cleber Zanoni, destaca que, com o novo anúncio do governo federal, vai ficar mais atento à tabela Fipe.

“Por outro lado, vai ter bastante oferta para os carros seminovos e um número bom desses veículos, para comprar. Então, vai aumentar a oferta, vai cair o preço do automóvel. Sendo assim, o garagista precisa ficar atento apenas com o estoque, pois as vendas serão boas”, relata Cleber.

Entenda

O vice-presidente e ministro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, divulgou a medida no Dia da Indústria, no qual irá modernizar o setor industrial, além de estimular o consumo, manter e criar empregos, reduzir emissões de carbono e contribuir para o crescimento econômico. Contudo, para a medida entrar em vigor, dependerá apenas de definições do Ministério da Fazenda sobre o aspecto fiscal. Sendo assim, o ministro Fernando Haddad se comprometeu em entregar os estudos em 15 dias. Criado no início dos anos 90, o segmento do carro popular catapultou rapidamente as vendas de modelos novos à época, quando definiu uma tributação mais branda a modelos fabricados com motores abaixo de 1 litro de cilindrada ou até 1,6 litro refrigerado a ar (lei feita para incluir o Fusca e a Kombi, naquele momento).

No decorrer do segundo mandato do petista, entre os anos de 2007 e 2010, Lula reduziu impostos para carros e, com inflação e juros favoráveis, muitos brasileiros tiveram acesso ao primeiro carro zero, pagando prestações ao longo de seis anos.

Por Marina Romualdo – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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