Não é de agora que moradores do Jardim Carioca sofrem com o período de chuva, principalmente a parte baixa do bairro onde não existe asfalto. Porém, desde que as obras de pavimentação e construção de uma ponte para ligar a região com o Polo Empresarial Oeste começaram, que os problemas aumentaram. Na última chuva que caiu na Capital, a população registrou a enxurrada por falta de boca de lobo e o barro deixado pelos serviços não finalizados. Pior que o prejuízo em si é o fato da temporada chuvosa estender ainda mais o período de trabalho para concluir as obras.
A dona de casa Jania Jakeline da Silva, de 37 anos, está morando há três meses em uma residência quase aos pés da Avenida 7, onde se concentra todo o volume de água quando chove. Segundo ela, o local fica intransitável tanto para pedestres quanto para quem passa de carro e motocicleta. “Basta dar uma chuvinha que é o bastante para virar uma lama, as crateras se abrirem e ter acidentes com motociclistas, como já presenciamos”, comentou.
Morador do bairro há 21 anos, o comerciante Josué de Almeida Antunes, de 53 anos, tem um estabelecimento na avenida há dois anos e tem acompanhado de perto os problemas de quem espera o fim das obras para melhoria do local. “O problema aqui é essa obra mal acabada que só ajuda a ter enxurrada em dias de chuva. Não precisa nem cair muita água, mas a falta de boca de lobo faz com que isso tudo vire um caos”, expressou.
Segundo o comerciante, as máquinas de serviço estão há pelo menos uma semana paradas. Ele citou que a entrega da obra da ponte e asfalto da avenida seriam entregues no fim de 2021, como foi dito dentro do bairro. “A obra não anda, o prazo com certeza será estendido, e os prejuízos ficam para os moradores que precisam fazer gambiarras para sair de casa e não cair em buracos abertos pela água, além de ter que lidar com a enchente que adentra o estabelecimento”, disse.
João Gamarra, de 67 anos, mora na penúltima casa da avenida, próximo a construção da ponte que liga Jardim Carioca ao Polo Empresarial Oeste. O medo dele é que as grandes crateras voltem a se abrir no trecho durante o período de chuva. “O Jornal O Estado já veio aqui quando havia uma grande erosão, e depois que saiu matéria vieram e resolveram, agora por conta dessa obra que não termina, a chuva vem e abre os buracos de novo e o receio é ele abrir cada vez mais até atingir a casa”, lamentou.
O comerciante também está ansioso pelo fim das obras, na esperança de não sofrer mais com enchentes e barros. “A entrega da ponte estava prevista para o fim do ano, mas há quem diga que somente em abril estará pronto, enquanto isso, cada chuva é uma angústia e desespero”, enfatizou.
A reportagem questionou o município sobre a situação relatada pelos moradores. “As obras estão em andamento, porém, o andamento do serviço fica comprometido por causa do período chuvoso”, informou por nota. Não foi detalhado em quanto tempo a chuva pode atrapalhar a obra.