Proprietária transformou o lugar em um ambiente familiar e respeitoso
A série de reportagens desenvolvida pelo jornal O Estado, sobre prédios que marcaram a história de Campo Grande, relembra o legado deixado pelo Clube da Amizade, localizado na Vila Taveirópolis, em Campo Grande. O prédio, que antes recebeu a terceira idade com festa e alegria, desde 2022 foi colocado à venda.
A reportagem esteve no edifício junto com Maria Metello, que tem, atualmente, 90 anos, e relembrou com carinho de todos os momentos de “casa cheia”, vivenciados nos bailes que aconteceram no local.
Inaugurado em 14 de abril de 1987, o espaço de 1.628,63 m² foi palco de inúmeros bailes que marcaram a vida dos moradores de Campo Grande, durante as décadas de 80 e 90. No local, casais se conheceram, amizades foram construídas e o carinho do público ainda é lembrança muito presentes na memória da próprietária. Contudo, em 2020, campo-grandenses foram pegos de surpresa com o anúncio do fechamento.
Durante visita da equipe de reportagem, a proprietária, Dona Maria Metello, que mora em uma casa localizada aos fundos do clube, muito simpática e receptiva, fez questão de abrir as portas e recordar os primeiros passos de como surgiu o Clube da Amizade.
Maria se casou aos 20 anos em 1953. Da união, nasceu quatro filhos. Em 1981, seu marido veio a falecer. Ela se encontrou sozinha, proprietária, na época, do Bazar São Gonçalo, o entregou para o filho cuidar e foi viajar pelo Brasil. Acostumada a sair para dançar com o falecido esposo, se viu sozinha, chamou uma amiga e percorreu alguns salões de festas, mas sempre estranhava o fato de ninguém chamar ela para dançar, pois na época tinha 46 anos e achava que estava “velha”.
“Voltei para casa chateada, só queria sair para dançar. Foi naquele momento que tive a ideia de criar um baile para a terceira idade, comecei do zero e aos poucos fui montando uma das maiores casas de shows em Campo Grande, que por anos foi referência. mais de 600 casamentos foram realizados aqui”, afirmou.
Orgulhosa do feito, Maria Metello ressaltou que fez do clube um lugar de respeito, proibiu saia curta, roupas decotadas e pegação. “Era um ambiente familiar, tinha meus netos e meus filhos, não gostava de ver aquilo, era um lugar para dançar e esquecer dos problemas”, concluiu.
Fechamento
A decisão de fechar o local já estava sendo considerada desde antes do início da pandemia, mas o vírus contribuiu para a tomada da decisão.
Dona Maria afirmou que isso já vinha sendo considerado após 36 anos dedicados ao entretenimento e à alegria de seus frequentadores.
“Com o vírus era impossível manter o local de portas abertas, hoje sei que o Clube da Amizade deixou um legado, foram anos de muita alegria. O prédio está fechado e pronto para ser vendido”, finalizou.
Por – Thays Schneider
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Uma pena ter que ver as coisas boas na capital deixar de existir ,se o poder público visse com carinho esses pontos que tem e colocassem em atividade com certeza a terceira idade seria mas saudáveis e não precisaria viver de remédios .
Nossa esse clube tem seu legado,nunca fui mas várias amigas frequentavam, obque eu ouvi falar que era muito top,e de respeito, clube da amizade deixou histórias
Dancei muito nesse clube sinto falta era muito bom faz falta um clube da amizade em campo grande.