Cineasta Terena de Campo Grande brilha na Califórnia

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Cansado de esperar por oportunidades, o produtor, ator e jornalista de Campo Grande, Diogo Pinto da Silva, 40 anos, foi encontrar seu lugar ao sol na ensolarada Califórnia nos Estados Unidos, há seis anos. Ele resolveu criar suas próprias chances a qualquer custo e vive em Hollywood, distrito de Los Angeles. Diogo, neste período, juntou 10 mil dólares trabalhando como motorista de aplicativo lavador de pratos, limpando chão e entregando compras de supermercado. Assim, produziu seu filme e no próximo dia 28 de março lança seu curta “Deconstructing Val” de forma online na Filmocracy, seguido de um bate papo com os envolvidos. O audiovisual ainda será inscrito em festivais.

Ansioso para saber a opinião das pessoas sobre sua obra, Diogo lembra que aos 8 anos, teve seu futuro vislumbrado como grande pelo seu tio Afonso, o pajé da Aldeia Cachoeirinha, em Miranda, que disse que o “menino ganharia o mundo”. Por meio da sétima arte o mundo aguarda a estreia de Val Brazil, protagonista de “Deconstructing Val”, interpretado pelo próprio produtor. O curta foi produzido com profissionais de Hollywood e atuado em inglês. Quem assina o roteiro e direção junto com Diogo é Brandi Self. Buscando a origem do sonho de ser cineasta, Diogo conta sobre a infância pobre e da sua primeira vez no cinema, entre 8 e 10 anos, assistindo ‘Super Xuxa Contra o Baixo Astral’.

Seduzido pela telona nasceu a paixão que ainda foi ampliada quando descobriu uma câmera portátil. Atrás e na frente das câmeras, Diogo conta a trajetória de sua personagem Val Brazil. Ela nasceu em 2011, em São Paulo, na oficina de cinema do Take a Take do Miguel Rodrigues. “Eu construí o roteiro em torno dela, porque também quero me lançar como ator. O roteiro foi inspirado em situações reais de alguns brasileiros que vieram pra cá. Claro que a parte violenta é mais uma questão de deixar o roteiro mais atraente com tragédias”, destaca.

O curta tem muito de imigração, sexualidade, e entre outros elementos, golpe. “Usei um pouco da minha experiência de imigrante vivendo aqui como elemento de construção do roteiro. A gravação do curta aconteceu em 2019 antes da pandemia, mas a outra metade, a pós-produção foi realizada durante a pandemia. Foi muito difícil. A edição demorou uma vida. Tive que me adaptar à plataforma de reuniões do zoom todas as negociações e entrega do material via transferência”, explica. Val Brazil deve virar longa assim que Diogo articular as respostas que virão sobre o curta e das conexões dele em LA. Outra pitada do que virá no futuro é um filme sobre as raízes indígenas dele. Aliás, Diogo se descreve como latino, brasileiro, índio Terena, de origem pobre, gay, exótico e imigrante.

Veja mais abaixo:

https://oestadoonline.com.br/2021/03/10/produtor-e-ator-terena-de-ms-herdou-forca-da-mae/

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