Cinco produtos produzidos em MS, colaboraram para recorde na exportação

cana_de_acucar
Foto: Reprodução

Receita alcançou marca de US$ 461,4 milhões no primeiro mês de 2024, segundo Radar Industrial 

O setor de industrializados começou o ano com pé direito. Cinco dos principais produtos produzidos nas indústrias de Mato Grosso do Sul, como pastas químicas de madeira (celulose),carnes desossadas de bovino congeladas, açúcares de cana, bagaços e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja, farinhas e pellets da extração do óleo de soja, ajudaram o Estado a bater recorde nas exportações em janeiro.

A receita com as exportações alcançou a marca de US$ 461,4 milhões no primeiro mês de 2024, conforme dados do Radar Industrial da Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul). “Esse foi o melhor resultado para o mês de janeiro em toda a série histórica das exportações de produtos industriais de Mato Grosso do Sul”, pontuou o economista-chefe do Sistema Fiems, Ezequiel Resende.

Os valores indicam aumento de 22% em relação ao mesmo mês de 2023, quando as receitas somaram US$ 378,9 milhões. Em relação ao volume, a elevação ficou em 31%. Os principais compradores da indústria de MS, em termos de receita, estão: China, Estados Unidos, Holanda, Indonésia e Índia. Esses países respondem por 55% de participação no total de receitas em janeiro de 2024.

Os cinco produtos mais exportados, somados, proporcionaram 70% das receitas obtidas com exportação pela indústria sul-mato-grossense em janeiro deste ano. Segundo dados da Fiems, aproximadamente 85% do PIB da Indústria de Transformação sul-mato-grossense está diretamente ligado à agroindústria, com maior destaque para os frigoríficos, fabricação de celulose e papel, fabricação de açúcar e etanol e do processamento da soja e do milho.

Campo Grande exportou U$ 510 milhões em 2023

Com saldo comercial positivo, a Capital sul- -mato-grossense tem se destacado no cenário do comércio internacional. Com mais de U$ 510 milhões exportados e US$ 420 milhões em importações no ano de 2023, Campo Grande superou os US$ 930 milhões em comércio internacional. Destaque para a carne bovina (congelada/resfriada), representando 61% de tudo que foi exportado pela capital e a soja, em grãos.

China, Canadá e Estados Unidos foram as três principais origens das compras de Campo Grande em 2023, representando 62% das importações. Já Chile, Estados Unidos e Argentina foram os três principais clientes de Campo Grande, representando 44% das nossas exportações. O destaque foi o aumento de 543% nas vendas de soja para o mercado externo, fruto do aumento da produção deste grão na capital e da quebra da safra argentina devido à seca que atingiu o país vizinho no ano passado.

Campo Grande ostenta o título de Capital do Agronegócio, com uma área plantada de mais de 165 mil hectares, a capital sul-mato-grossense possui o maior valor de Produção Agrícola Municipal entre as outras 26. De 2021 para 2022, a área plantada no município de Campo Grande aumentou em 2,45% enquanto o valor da produção teve alta nominal de 9,06% e ainda tem muito espaço para crescer.

Grandes marcas que deram certo no Estado

A empresa Donana Alimentos, instalada no Trevo da Bandeira, em Dourados, é uma das empresas que usa matéria-prima produzida no Estado para elaborar cerca de 280 produtos do seu portfólio. “Temos bastantes insumos adquiridos no estado, entre eles, o milho granel, farinha de mandioca, farinha biju, tapioca, fécula de mandioca, girassol e feijão-preto”, afirma Sergio Hoffmann, encarregado administrativo da empresa.

O produto carro-chefe da empresa é a pipoca. “Nós cuidamos da seleção com todo carinho, medindo a qualidade da expansão e a umidade, garantindo um produto de extrema qualidade. A pipoca, produzida por nós, é elogiada por todos os clientes”, garante.

A Imbaúba Laticínios a 60 Km de Campo Grande, onde se localiza a matriz da empresa, também trilhou um caminho semelhante, de perseverança e foco na qualidade dos produtos, como conta a diretora administrativa financeira, Silvana Gasparini Pereira. “A nossa matéria-prima é exclusivamente o leite in natura, captado em todo o Estado. São mais de 500 produtores entre pequenos, médios e grandes, vindos também de cooperativas e assentamentos”, apresenta a diretora.

O produto carro-chefe da Imbaúba é a muçarela, com três apresentações (em barra, fatiada e ralada). Mas, a empresa produz outros 15 produtos: leite pasteurizado homogeneizado, doce de leite tradicional e com chocolate, manteiga com sal e sem sal, nata, creme de leite, bebidas lácteas (vários sabores), coalhada em garrafas, queijo minas frescal, ricota, queijo coalho em barra ou fracionado, requeijão cremoso e culinário e soro concentrado.

Segundo o secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck o forte desempenho é resultante do equilíbrio fiscal, ou seja, da capacidade de investimentos do Governo em obras públicas e também do setor privado. Isso tudo cria um ambiente de negócio com capacidade de captar novos investimentos na área industrial, gerando a transformação da economia do estado e da sua principal base produtiva, o agronegócio. De acordo com Verruck, a capacidade de exportação com produtos que sofrem alguma transformação é uma forte habilidade no estado.

“Mato Grosso do Sul já é um estado exportador agroindustrial, com níveis de competitividade adequados no processo produtivo. Quando olhamos o nosso painel de investimentos, percebemos que está baseado na agregação de valor das matérias-primas locais. Temos investimentos na base florestal, produção de celulose, que é produto agroindustrial exportado. Assim acontece com a soja, produzindo dois grandes produtos agroindustriais: o farelo e o óleo. Isso acontece também com o etanol de milho”, explica o secretário.

Por Suzi Jarde.

Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.

Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *