Preço da carne sobe quase 35% no ano e é vilã da inflação na Capital

Inflação
Reprodução/AFP

Índice de Preços ao Consumidor Amplo ficou em 0,46% em abril

A carne bovina, que já teve majoração de quase 35% somente neste ano ano, puxou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em Campo Grande. Com isso a inflação oficial de abril em Campo Grande foi de 0,46%. O índice é 0,50 ponto percentual menor que a taxa de março (0,96%). No ano, acumula alta de 2,90% e, em 12 meses, de 9,22%, acima dos 8,24% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. No Brasil, o IPCA foi de 0,31% em abril e, no ano, acumula uma alta de 2,37% e, em 12 meses, 6,76%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta de preços em abril. O maior impacto e a maior variação (1,22%) vieram de alimentação e bebidas, que havia recuado no mês anterior (-0,96%). A segunda maior variação (0,81%) veio de saúde e cuidados pessoais, acelerando em relação ao mês anterior (0,35%). O grupo habitação seguiu movimento inverso, passando de 0,66% em março para 0,13% em abril. A única queda observada no mês veio das despesas pessoais (-0,07%), após as altas de 0,29% e 0,34% em fevereiro e março, respectivamente. Os demais grupos ficaram entre o 0,11% de transportes e comunicação e o 0,62% de artigos de residência.

No grupo alimentação e bebidas, a alta de 1,22% é explicada pela alimentação no domicílio (1,52%), que havia recuado (-1,26%) no mês anterior. A maior contribuição veio das carnes (4,12%), que acumulam alta de 34,52% nos últimos 12  meses. Na sequência, vêm o tomate (5,49%), sal e condimentos (4,03%), o frango em pedaços (3,63%) e a cebola (3,55%). No lado das quedas, as frutas (-3,34%) foram o principal destaque, contribuindo com -0,03 p.p. no índice do mês.

De acordo com o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, as carnes, que acumularam uma alta de 34,52% nos últimos 12 meses, tiveram seus preços aumentados em abril em razão, principalmente, da inflação de custos por causa da ração animal. “Estamos em um momento em que há uma grande alta no preço das commodities. Nesse caso, principalmente a soja e o milho estão impactando os custos do produtor e isso acaba influenciando o preço final do produto no mercado”, pontua o gerente da pesquisa.

A alimentação fora do domicílio (0,29%) apresentou variação superior à do mês anterior puxada pela refeição, que subiu 0,43% em abril. Gasolina cede, mas o grupo transportes ainda se mantém em alta.

Mesmo assim, o grupo transportes teve aumento de 0,11%, o 11º reajuste seguido depois da queda de maio de 2020, porém distante dos 4,47% registrados em março. A maior alta entre os subitens se deu nas passagens aéreas (10,67%), impactando o índice em 0,015 p.p.

A queda da gasolina (-0,73%), em razão do seu peso dentro da cesta de itens que o campo-grandense consome, teve impacto negativo no índice de -0,063 p.p. Assim, o subitem registra o impacto negativo mais significante. Deve-se considerar, porém, que a gasolina acumula aumento de 35,34% nos últimos 12 meses, tendo acumulado 20,62% somente em 2021.

A maior queda do grupo vem do subitem transporte por aplicativo (-12,2%), com impacto de -0,02373 p.p. O subitem, aliás, é o que apresenta a maior queda dentro do grupo para o ano de 2021 (-33,91%), tendo acumulado -18,77% nos últimos 12 meses.

(Texto: Rosana Siqueira)

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