Dados parciais de 2019 indicam que Campo Grande vem registrando o menor número de mortes no trânsito, da década. Entre janeiro e agosto deste ano, 46 pessoas morreram em acidentes na Capital, queda de 15,7% na comparação com o mesmo período de 2018, que teve 57 vítimas. Levantamento feito pela Agência Municipal de Trânsito (Agetran) com base de informações dos Boletins de Ocorrência/BPTran e de declarações de óbitos mostra recuo nas mortes a partir de abril. No mês de julho, duas pessoas morreram em acidentes, contra nove no mesmo período.
Do início desse ano até o momento, o Detran-MS registrou 7.533 acidentes de trânsito em todo o Estado, sendo 430 vítimas. Em 2018, no mesmo período, foram 15.549 acidentes. Campo Grande lidera o ranking de cidades com maior número de acidentes de trânsito em MS, um total de 4.363 vítimas. Acidentes de moto contabilizam 2.646. De acordo com a chefe de educação para trânsito da Agetran, Ivanise Rota, o principal fator para o número de mortes na Capital é ainda o abuso da velocidade.
“Eu afirmo que o fator de risco no trânsito de Campo Grande é a questão da velocidade e não é invenção. As pessoas não respeitam as placas que sinalizam a velocidade permitida naquela via, querem sempre dirigir acima da velocidade permitida. Enquanto nós, enquanto cidadãos, não fizermos a nossa parte, vai ficar cada vez mais difícil. As pessoas precisam compreender que cada um deve fazer o seu papel de acordo com que a engenharia, a fiscalização e a educação propõe”, explica.
Do total de mortes, 30 são motociclistas. Eles estão no topo das vítimas. Ainda conforme Ivanize, isso acontece pelo fato de o motociclista ser o mais vulnerável no trânsito. O motociclista tem a mesma fragilidade do pedestre, só que ele tem a velocidade associada, então quando você coloca esses dois fatores em uma pessoa que não tem para-choque, não tem air-bag, não tem cinto de segurança, estando certo ou errado a consequência pior sempre será do motociclista. E diante disso, ele acaba aumentando o ranking.
Radares podem ter causado a queda
Os índices confirmam a tendência de queda na mortalidade no trânsito na cidade. Desde 2011, os números têm caído em Campo Grande. A queda pode ser atribuída a volta dos radares. Os equipamentos ficaram por dois anos desligados. No ano passado, eles foram retirados e apenas no fim do ano, em dezembro, foram sendo recolocados. “Hoje, já são 71 equipamentos em plena atividade na Capital. Essa queda está diretamente ligada a volta dos equipamentos de fiscalização eletrônica, até porque o que funciona, na verdade, hoje, de imediato é a fiscalização. Então desde que os aparelhos começaram a ser recolocados, os números também começaram a apresentar quedas, diferente de 2018 quando eles foram retirados e as pessoas voltaram a pisar no acelerador”, assegurou Ivanize.
Semana nacional
No fim de semana, o Detran-MS realizou atividades em alusão ao Dia Nacional do Trânsito, celebrado no dia 25. Além das palestras ministradas, demonstrações com simuladores de impacto e de embriaguez foram apresentados em evento no Parque dos Poderes. Segundo a diretora de Educação para o Trânsito do Detran-MS, Elijane Coelho, as atividades são direcionadas para os riscos de acidentes envolvendo pessoas embriagadas ou que abusam da velocidade. Em Campo Grande, além disso, teremos a temática voltada para a importância do uso do cinto de segurança, reforça a dirigente. (Texto: Rafaela Alves e Thais Cintra)