Por Bárbara Bejarano, Jornal O Estado de MS
No feriado religioso de Sexta-feira Santa, o comércio para compra de ovos de páscoa esteve movimentado
em Campo Grande. A maioria das pessoas comprou mais barras de chocolates, caixas de bombons e similares do que o próprio ovo de Páscoa, e quem optou pelo ovo comprava poucos. As desculpas que a população usou para justificar as compras de última hora é por não ter tido tempo e por ser “brasileiro”, indagando a frase de “brasileiro deixa para última hora”.
E de cinco pessoas que o jornal O Estado entrevistou, quatro escolheram comprar pelo preço e não pela marca. As lojas populares que vendiam ovos de Páscoa de marcas mais tradicionais obtiveram uma movimentação muito mais intensa do que os locais específicos que vendem chocolate mais sofisticados. Todos preferiram pagar à vista, como no caso da auxiliar de dentista, Larissa Lopes da Silva, de 26 anos.
“Escolhi os chocolates mais baratos este ano e estou pagando à vista. Não tive tempo de vir antes. Brasileiro deixa tudo para última hora”, disse.
A técnica de enfermagem, Kadine Wolf, 46, esperava encontrar por preços melhores. “Escolhi os chocolates pelo preço também e estou pagando à vista. Deixei para última hora, até para ver se vai abaixar um pouco os preços”, se decepcionou.
Já a empresária, Elô Santos, 43, deixou a economia de lado e escolheu os chocolates pela marca. “Eu procurei o ovo de páscoa pela marca mesmo. Paguei à vista e por falta de tempo eu deixei para última hora”, diz.
A dona de casa, Elisia dos Santos Lopes, 56 anos, optou em pagar as compras no débito. “Tive que deixar de última hora porque não tive tempo, estou com filho internado, hoje que vim com mais tempo. Escolhi o ovo pelo preço e paguei à vista”.
E o porteiro Márcio Remoto dos Santos, 29, se surpreendeu com as lojas cheias. “Estou escolhendo os ovos de páscoa e os chocolates pelo preço mesmo e pagando à vista. Brasileiro sempre deixa para última hora”, comentou.
A alta no preço dos ovos de Páscoa, deve movimentar R$ 37,2 milhões a menos na economia de Mato Grosso do Sul, em 2022. Enquanto no ano passado, o montante estimado foi de R$ 255,9 milhões, neste ano, a previsão é de R$ 218,6 milhões. Os dados constam na pesquisa do IPF- -MS (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS) e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), divulgados no dia 22 de março.
Barras de chocolate variam até 78% em Campo Grande
Com o aumento no preço dos ovos de Páscoa, as barras de chocolate têm sido alguns dos itens que têm tomado espaço na hora de presentear. Conforme pesquisa de preço feita pela Procon de Campo Grande, a diferença de preço nos chocolates foi de até 78%.
O Alpino (90 gramas), da Nestlé, está sendo vendido por R$ 4,49, no supermercado
Assaí, e por R$ 7,98, no Supermercado Legal. Diferença de 78%.
A segunda maior diferença de valor foi de 70,89% no tablete de chocolate Talento, da
Garoto (branco com doce de leite), de 90g. Nas Lojas Americanas está por R$ 6,99 e no Comper por R$ 4,09. A pesquisa foi realizada entre os dias 5 e 8 de abril, com 83 itens em 12 estabelecimentos comerciais.