Campo Grande completa mais um ano de muitas belezas e curiosidades e, entre as melhores coisas que a cidade Morena pode oferecer, está a gastronomia. A culinária da Capital incorpora vários sabores que conquistam não só os moradores como também os turistas. Dos pratos mais conhecidos a pratos pouco provados, historiadora do Arca (Arquivo Histórico de Campo Grande) cita o melhor da comida campo-grandense.
Sobá, espetinho, arroz carreteiro, comida árabe ou um peixe, para variar? Quando se fala em gastronomia típica as opiniões são diversas, mas uma coisa é inegável: a carne é o elemento onipresente. Acompanhada da tradicional mandioca, misturada ao arroz ou com toque sofisticado de ingredientes regionais como a erva mate e rapadura, ela é sempre a rainha da festa.
A historiado do Arca, Rita de Cassia Galícia, aponta o sobá como carro chefe da gastronomia dos campo-grandenses. O prato originário da Ilha de Okinawa, no Japão, se tornou uma iguaria típica e tradicional da cidade, especificamente na Feira Central, onde tem o sobá gigante na entrada.
“Vindo da culinária japonesa, o sobá foi adaptado para nossa cultura com a carne bovina, foi acrescido de omelete, além dos temperos e, em 2006, virou patrimônio histórico e cultural de Campo Grande, por meio do decreto municipal n° 9.685, de 18 de julho de 2006 e foi tombado pelo Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]”, contou Rita.
O prato deu origem ao Festival do Sobá, que é realizado na Feira Central todos os anos no mês de agosto, chegando a movimentar 200 mil pessoas, antes da pandemia.
Além do sobá, outro prato bastante conhecido e muito querido da gastronomia da Capital é o espetinho. “De fácil produção, sendo encontrado em todos os bairros, vendido na Feira Central ou em feiras livres, esse prato é um dos mais amados pelos moradores da cidade. Há muitos anos o espetinho de rua é prato típico de Campo Grande. Também envolvendo a carne bovina, ele é completado com a tradicional mandioca amarela, vinagrete e arroz”, comentou a historiadora.
Entre o ranking dos pratos mais populares da Capital, o arroz carreteiro está entre eles. A iguaria surgiu nos pampas gaúchos, chegou até o Mato Grosso do Sul pelos colonos e hoje é o prato central de qualquer refeição.
“Esse prato sem dúvidas tem um sabor de roça, usa poucos ingredientes e é de fácil produção. Consumido até hoje do café da manhã reforçado ao jantar pelos peões das fazendas do Estado, essa iguaria pode ter vários acompanhamentos como ovo frito, mandioca cozida e vinagrete, bem parecido com o espetinho” afirmou.
Rita ainda destaca que o nome teve origem por causa do modo de vida dos peões. “Eles dormiam em redes e acabavam passando a noite em uma posição desconfortável. Quando acordavam, precisavam comer muito para lidar com o gado durante toda a manhã, então, precisavam de um café da manhã reforçado para dar conta do serviço. Comer comida de manhã é uma tradição da região pantaneira e por isso é um prato destaque sul-mato-grossense e campo-grandense”.
Além desses três pratos que são a cara de Campo Grande, a historiadora cita outras iguarias que foram adaptadas e também são ricamente conhecidos na cidade.
“A sopa paraguaia que não é verdadeiramente uma sopa e sim um típico bolo salgado à base de milho, cebola e queijo tem entre suas histórias a origem vinda dos soldados paraguaios que levavam para o campo de batalha durante a guerra do Paraguai entre 1864 e 1870 uma sopa líquida, mas como era difícil transportar o liquido nos campos, outros ingredientes foram sendo incorporados e a deixando ainda mais sólida e tomando a consistência atual”, contou Rita.
Outra delícia irresistível é a chipa, a versão paraguaia de pão de queijo e que dominou a gastronomia da Capital. “Típica do Paraguai, a chipa é baseada em ovos, polvilho doce e queijo, sendo marca registrada de outra cultura muito forte no Estado”, comentou.
Saindo um pouco da comida e falando sobre bebidas típicas da Capital, não tem como falar em cultura campo-grandense sem citar o tereré que é conhecido em todo o Estado.
A erva que é consumida de forma gelada também se tornou identidade da cidade Morena. Em qualquer canto é feita sua venda e ele pode ser consumido sozinho, entre amigos, e no dia de calor, em uma tarde ensolarada. De fácil preparo, a bebida pode ser carregada para qualquer canto.
Sabores escondidos
Alguns pratos tem a identidade de Campo Grande, mas não têm a popularidade de outros na gastronomia local. Pouco conhecida, Rita cita afirma que o suco de mandioca é a cara de Campo Grande apesar de anônima. “É algo diferente de tudo que nós já tomamos. É uma bebida que não se compra em lugar nenhum, mas é rápido e fácil de fazer em casa”, apontou.
“Para sua preparação, é necessário mandioca amarela, limão, água, gelo para suco e uma dose de cachaça para quem preferir álcool. Todos os ingredientes podem ser colocados no liquidificador batidos e servidos”, ensinou Rita.
Já a bocaiuva é um fruto típico da região Centro-Oeste com destaque para a região do Pantanal. A planta tem sabor adocicado e é bastante comum nos doces da culinária local.
Com isso, o pudim de bocaiuva pode ser feito com 1 lata de leite condensado, 4 ovos, 300 ml de bocaiuva cozida (mais ou menos), 1 xícara de açúcar para calda, 2 xícaras (chá) com leite, 1 xícara (chá) de açúcar.
Para seu preparo é necessário o uso de 20 frutas de bocaiuva, sem casca, todos levados ao fogo com o leite e o açúcar para cozinhar por 20 minutos.
Aos poucos, a carne amarelada da bocaiuva se solta e vai formando um creme. O resultado será usado no final.
No liquidificador, bata as gemas, leite condensado e o creme de bocaiuva. Em uma tigela bata as claras em neve. Misture com o resultado do liquidificador. Faça uma calda com açúcar e unte a assadeira redonda com furo no meio. Leve ao forno em banho-maria por uns 30 minutos. Se preferir deixe pouca água ou apenas forre assadeira com papel alumínio, você terá um pudim cheio de furinhos.
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Confira o caderno de Aniversário de Campo Grande.