Pandemia mudou hábitos e população optou por mais espaço
Mato Grosso do Sul vive um momento de crescimento do setor imobiliário e deve ampliar até o fim do ano os lançamentos principalmente de condomínios de casas de médio e alto padrão. Em Campo Grande a realidade já acontece tanto no Centro quanto em bairros nas saídas da cidade. Como já apontado pelo jornal O Estado, ao contrário de outros setores da economia, o segmento imobiliário não sofreu com a crise financeira provocada pela pandemia.
Segundo os especialistas, a crise sanitária – especialmente em razão das medidas de isolamento e de distanciamento social – fez com que os sul-mato-grosssenses percebessem que seus imóveis – casas ou apartamentos – tinham um papel fundamental em suas vidas. Diante disso viram a necessidade de buscar
melhores moradias com mais conforto e espaço.
Essa visão é compartilhada pelo consultor comercial do setor Anderson Gonçalves. O especialista afirmou que “a pandemia ajudou, sem sombra de dúvidas, nesse aumento da procura”. “Primeiro, a população em geral, ficou aproximadamente um ano reclusa em suas residências, tendo que desenvolver suas atividades profissionais, junto com esposas/maridos e ainda lidar com os filhos estudando. Todos dividindo o mesmo ambiente ou o cômodo de sua residência, ao mesmo tempo, para realizar suas atividades”,
salientou.
Ele destaca que, nesse contexto, a classe média e a média/ alta sofreram um pouco menos, economicamente falando, e neste período observaram a necessidade de buscar mais espaços, seja de sala, varanda ou até mesmo quintal. “Isso fez com que essas famílias procurassem empreendimentos, apartamentos, casas ou terrenos maiores”, explicou.
Gonçalves ainda apontou um dado de uma pesquisa realizada pela empresa que ele representa, a Brain Inteligência Estratégica, que apontou que durante todo o isolamento social mais duro houve aumento na busca. O percentual chegou a 90% das pessoas que optaram por mudar de um imóvel menor para um mais amplo, e isso se deu em razão danecessidade de ampliação do espaço de convivência familiar, já que as aulas remotas e home-office obrigaram os membros a dividirem suas tarefas no mesmo espaço.
Renda
Outro dado apontado pelo levantamento foi de que o isolamento social influenciou as famílias com menor renda. “Quando analisamos por faixa de renda, fica ainda mais em evidência que essas famílias que têm renda acima de R$ 14 mil, esse fator foi o que menos interferiu. Já quando analisamos de até 4 mil ou até 8 mil, o isolamento social chega a influenciar em 94% das escolhas”, encerrou. Acesse também: A partir de segunda, imunização será feita em terminais de ônibus
(Texto: Flávio Veras)