Bolsa Família: mais de 5 mil crianças recebem adicional de R$ 150, em MS

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Foto: Nilson Figueiredo/Jornal O Estado MS

Benefício prevê o valor mínimo de R$ 600 e traz alivio à população em vulnerabilidade

O programa Bolsa Família começou a pagar, na segunda- -feira (20), o adicional de R$ 150 por criança, de até seis anos de idade, para as famílias com renda de até R$ 218 por pessoa. Em Mato Grosso do Sul, 8.885 famílias irão receber o benefício e 5.186 crianças foram adicionadas ao programa. Os dados foram divulgados pelo MDS (Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome). 

Além desse adicional, o governo federal terá outro benefício complementar, chamado ‘Benefício Variável Familiar’ que prevê um adicional de R$ 50 para cada integrante da família, com idade entre sete e 18 anos incompletos e para gestantes. O auxílio é pensado para atender, de forma mais adequada, o tamanho e as características de cada família. 

A equipe do jornal O Estado foi até a comunidade do Mandela para conversar com algumas famílias sobre o novo adicional. Para a dona de casa e mãe de 5 filhos Sandra Micaela dos Reis Araújo, 34, o adicional é mais um dinheiro que irá ajudar a família e chegará em uma boa hora. 

“Como tenho filhos pequenos, eu tento pagar as contas e deixar um pouco do dinheiro guardado para comprar comida do dia a dia, como arroz e feijão e as fraldas dos mais novos. Então, temos que fazer uma ‘mágica’ de pagar as contas com R$ 300 e deixar sobrar outros R$ 300 para trazer comida para dentro de casa. O valor do benefício dá para viver, mas às vezes acaba faltando e temos que pedir doações”, explica a dona de casa. 

Com os filhos de 1 ano até 15 anos de idade, Sandra relata também estar animada com esse adicional do governo federal. “Estava comentando com a minha filha mais velha que ainda tem o projeto com outro adicional de R$ 50, para os integrantes da família. Com isso, acabamos tendo mais esperança de conseguir sobreviver, pois têm dias que as dificuldades são enormes”.

Segundo a dona de casa Rafaela Gabriela, 23, com o adicional terá um pouco de alívio na hora de comprar o leite e a fralda para as crianças. “Esses R$ 150 vão me ajudar a comprar mais fraldas e leite e deixar à disposição das minhas filhas. Atualmente, consigo comprar apenas para alguns dias e agora irei conseguir comprar uma quantidade a mais, para não deixar faltar”.

Rafaela conta que está conseguindo comprar apenas o básico, que é arroz, feijão e às vezes acaba sobrando um dinheiro para comprar alguma mistura. “Minhas filhas nunca passaram fome. Mas, com essa ajuda, irei conseguir melhorar a situação e comprar um pouco mais de comida para deixar guardada, para quando elas quiserem comer, durante a semana”, finaliza. 

O economista Eugênio Pavão salienta a importância do programa. “O novo Bolsa Família é um programa de transferência de renda, que têm como objetivo colocar famílias miseráveis, abaixo do nível da pobreza, para consumir bens e serviços essenciais”. Segundo Pavão, diversas experiências, no mundo, são feitas nesse sentido. 

“Desta forma, a teoria da renda básica se divide em fomento à alimentação para todos, enquanto outros optam pelo imposto negativo – ou seja, de dinheiro para os mais pobres. A pandemia da covid-19 trouxe de volta essa discussão, pois, com uma política de governo, o benefício foi utilizado como plataforma política”, afirma o economista.

Bolsa família 

O governo federal pagou um benefício médio de R$ 606,91 por família, no mês de fevereiro. Em março, o Bolsa Família deverá registrar um valor bem superior, de R$ 669,93 em média, por lar. A folha de pagamento deve totalizar aproximadamente R$ 14 bilhões. 

Diante disso, as famílias migrarão automaticamente do Auxílio Brasil para o Bolsa Família, sem ter a necessidade de realizar um novo cadastro. Os cartões e senha utilizados para o saque do Auxílio Brasil irão continuar válidos e poderão ser utilizados para o recebimento do benefício. 

O pagamento é feito por meio do Caixa Tem – disponível para Android e iOS, com saques disponíveis em terminais de autoatendimento, casas lotéricas, correspondentes Caixa Aqui e nas agências da Caixa Econômica Federal. 

A secretária nacional de Renda de Cidadania, Eliane Aquino, reforça a importância do programa para o país e até em nível internacional.

“Tivemos uma média de 80 países que se inspiraram no nosso modelo. No passado, conseguimos tirar uma boa parte de crianças e famílias da insegurança alimentar, e aumentar a escolaridade. O retorno do Bolsa  Família gerou muita esperança, muita felicidade para quem está trabalhando na ponta e sabe o que foi o programa, no passado”, relembra a secretária nacional de Renda de Cidadania. 

Por Marina Romualdo – Jornal O Estado do MS.

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