Bioparque: Riedel confirma custo mensal de mais de R$ 1 milhão e gratuidade no início de 2023

Bioparque
Foto: Nilson Figueiredo

Turistas e visitantes destacam desorganização e problemas com a falta de senhas viram caso de polícia

Com um custo estimado em R$ 1,2 milhão mensal, o Bioparque Pantanal deverá permanecer sob a gestão do governo do Estado nos três primeiros meses de 2023, foi o que informou o novo governador eleito Eduardo Riedel (PSDB). Durante este período, a gratuidade das visitações serão mantidas para todos os visitantes. 

Na tarde de ontem (27), durante coletiva de imprensa para apresentar os novos nomes dos integrantes da equipe de governo, Eduardo Riedel destacou a experiência adquirida durante os meses em que o Bioparque ficou sob gestão do Estado e como isso será importante para 2023. 

“Foi excelente o Estado ter assumido para conhecer profundamente a operação do Bioparque, se não, nós faríamos uma concessão, sem conhecer o que a gente concessionaria do ponto de vista estrutural de custo. Então, a operação hoje ela é eficiente e nessa faixa de R$ 13 a R$ 14 milhões por ano. Nos ficaremos certamente os primeiros três meses do ano, ainda sem nenhum tipo de cobrança para quem vier visitar o Bioparque e vamos estruturar parceiros privados para que ajudem o Estado a conduzir e enviar uma proposta de como a parceria com a iniciativa privada poderá somar”, destacou sobre a possibilidade de um concessão.

Filas diárias

O que era para ser um passeio em família, tem se tornando um “pesadelo”. Com vagas extras disponibilizadas para visitar o Bioparque Pantanal nesta última semana do ano, moradores da Capital, e até mesmo turistas, se revoltaram com a falta de organização do maior aquário de água doce do mundo. Após horas esperando na fila, dezenas de pessoas foram barradas no portão e não puderam mais prestigiar o ponto turístico nesta terça-feira (27). A equipe de reportagem do jornal O Estado esteve no Parque das Nações Indígenas onde fica localizado o complexo, conferindo a movimentação.

 “Estou aqui na fila desde às 6h20 e está uma bagunça desde então. Quando chegou minha vez de pegar a senha, não foi possível pois meu neto ainda não estava comigo. Continuo na fila, e já teve briga por essa falta de consideração com os visitantes, que têm que ficar no sol quente só pra pegar uma senha”, disparou a aposentada Ide Ferreira, 63 anos, que estava na grade a manhã toda. 

Com três crianças, Karine Oliveira, 28 anos, criou coragem para enfrentar a grande fila para os filhos conhecerem o novo ponto turístico da Cidade. Sem poderem passear no Parque, ou até mesmo lanchar com as crianças enquanto liberaram novas vagas para a visita, a mãe contestou sobre o método utilizado pelo complexo de como lidar com o público. “Se eles distribuíssem as senhas para essa galera que está na fila, iriamos comer com as crianças ali nos trailers, tirar fotos no Parque também. Mas não, temos que ficar plantados nessa fila, com sol, chuva, as crianças em pé. Sem poder fazer nada. Isso é um descaso com a família, além das crianças estou com minha sogra que já é de idade”, contou ela. 

Para os turistas, é lamentável como tudo ocorre. Dona Nathalia Takaki, 85 anos, veio do interior de São Paulo visitar o filho e a nora, e um dos momentos mais esperados da viagem era o de visitar o Bioparque Pantanal. “Escutei falar muito daqui, e espetava que fosse uma visita tranquila. Como que vou ficar nessa idade na fila? Infelizmente não consigo. Vamos aguardar ainda, faz uma hora que estamos aqui, mas se levar mais tempo, não vou conseguir visitar o lugar. Vou ter que voltar para minha cidade sem conhecer os peixes do Pantanal”, relatou à reportagem com bom humor, apesar do contratempo. 

Outra turista, da cidade de São Paulo, também esperava conhecer o novo ponto turístico de Campo Grande antes de voltar para a cidade onde mora. “Tenho duas bebês, uma de dois anos e outra de um aninho, não tem condições de ficar nessa fila enorme. É uma pena que funcione assim, algo tão bonito e que as crianças iriam adorar conhecer. A propaganda sobre esse ponto turístico chegou em tantas regiões do Brasil, mas na prática está difícil de visitar”, reclamou a mulher que preferiu não se identificar. 

No início da tarde de ontem (27), a Polícia Militar foi acionada pelos visitantes. Segundo a assessoria de comunicação do complexo, pela manhã foram disponibilizadas 600 senhas para entrada sem agendamento, mas acabaram todas, cenário que também aconteceu no período da tarde. “Durante a tarde foram 700 que acabaram também, as pessoas então insistiram pra entrar e ameaçaram chamar a polícia. Essas pessoas entraram porque algumas que agendaram não compareceram, então liberamos mais vagas”, informou a assessoria de comunicação.  

Por Brenda Leitte e Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado do MS.

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