Entre os 850 estudantes que foram aprovados e penaram para conquistar um mestrado, doutorado ou pós-doutorado (pHd) na França, dois são de Campo Grande. Eles foram impedidos de entrar no país devido a COVID-19. Barrados, eles clamaram por ajuda de autoridades que negociam a entrada deles para estudarem no país. Se for somado a outros países da União Europeia com a mesma limitação como Alemanha, Espanha, Itália e Bélgica o número passa de 1.500.
Gabriela Bebber, 24 anos, de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, se sentiu extremamente frustrada com a situação. Ela iria para Paris em setembro iniciar seu mestrado em Desenvolvimento local no Instituto de Estudos de Desenvolvimento Econômico e Social da Sorbonne (Paris 1). Gabriela é formada em direito e passou em seis mestrados franceses. Porém, seu sonho foi barrado pela pandemia quando em abril o país parou de emitir vistos para estudantes por causa da classificação do Brasil como país de Zona Vermelha.
Juntos com outras pessoas na mesma situação, criou o movimento Étudier est impérieux (estudar é imperioso). “Depois de todo o procedimento que fiz, fazendo a prova de nivelamento de francês e o procedimento de envio da minha candidatura, no final de abril a França parou a emissão dos vistos para estudantes brasileiros. Todo o processo acabou sendo bem custoso financeiramente e emocionalmente, pois é uma decisão de futuro mesmo”, lamenta.
A ideia do movimento é sensibilizar as autoridades envolvidas e voltar a emissão dos vistos para estudantes e pesquisadores. “Porque queremos que estudo e pesquisa tornem a ser categorias imperiosas para a França, havendo a possibilidade de entrarmos no país e efetivarmos nossos planos”, explicou.
reação
Gabriela destacou que dentro desse movimento criado, foram mandadas cartas aos ministérios franceses e brasileiros de modo a tentar resolver a situação de maneira diplomática. Assim, fizeram contato com o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, o deputado federal Aécio Neves (PSDB). O parlamentar abraçou a causa e intercedeu pelo grupo. O instituto Pensar Agropecuária (IPA) também mandou cartas ao Ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França, pedindo atenção ao caso deles.