Avenida das Bandeiras tem alta da criminalidade e comerciantes cobram por políticas públicas

Avenida das Bandeiras
Imagem: Reprodução/Valentin Manieri

Empresários e moradores reclamam de furtos, assassinatos à luz do dia e venda de drogas

Moradores e comerciantes da Avenida das Bandeiras denunciam a inércia do Poder Público e evidenciam o aumento da criminalidade na região do Anhanduizinho em Campo Grande. Entre as principais queixas estão os furtos recorrentes de fios de cobre, homicídios à luz do dia e acidentes de trânsito. A avenida interliga importantes bairros ao centro da Capital, como: Jockey Club, Nhanhá, Marcos Roberto, Vila Carvalho e Piratininga.

Ao jornal O Estado, a população local apontou os problemas da região e possíveis soluções que aguardam por parte das forças de segurança, mas também do Poder Legislativo da Capital.

O empresário Márcio Rubio, 36, contou que em dois anos de comércio na Avenida das Bandeiras já teve um prejuízo estimado em R$ 20 mil, com furtos e depredação da vitrina. “Já fomos roubados várias vezes e tivemos 86 vidros quebrados da frente da loja na tentativa de capturarem os produtos. Colocamos alarme e monitoramento porque a situação está bem complicada. Tem um terreno baldio aqui nos fundos que é bem perigoso, vive cheio de noiado, ligamos para a polícia mas não fazem nada, só passam o protocolo”, expôs.

Ao lado do comércio de Márcio está uma lanchonete que já sente a diminuição da clientela em razão da periculosidade. “Está demais de perigosa a situação aqui na avenida. Recentemente teve o rapaz que morreu a facadas aqui na nossa frente, vimos ele correr e cair. Isso está espantando nossa clientela. Tenho dois anos de comércio e já sofri também com os furtos de fios de cobre, cheguei estava tudo sem energia. Nem sei se policiamento resolveria, acredito que tem que acabar com a situação dessas pessoas que infelizmente são usuárias de drogas”, observou o comerciante Gilmar Gonçalves, 42 anos.

O caso citado por Gilmar refere-se ao de Eder Benites Calil, 40, mais conhecido como “magrão”, morto a facadas na Avenida das Bandeiras no dia 19 de setembro. Segundo a Polícia Civil, Leonardo Diego Fagundes Lourenço, 33, chamado de “Buguinho da Nhanhá”, seria o autor do crime e acabou sendo preso no dia seguinte, 20 de setembro. O crime teria sido motivado por uma briga entre ambos, que são usuários de drogas.

Por sua vez, outra comerciante, que por questões de segurança preferiu não se identificar, reivindicou que o Poder Público se empenhe em resolver a situação na região, sendo este um problema de todos, não só da polícia, tendo como alvo os usuários de entorpecentes.

“A partir do momento que houver policiamento na Nhanhá, que todo mundo sabe que é um corredor de drogas, nós vamos começar a ficar mais seguros. O Poder Público principalmente, precisa combater as compras de recicláveis. Roubam os fios das casas, dos comércios, dos sinaleiros de trânsito porque faltam leis que proíbam a comercialização sem documentação. Faltam penas mais duras, fiscalizações e sobretudo legislação. É muito fácil colocar na conta dos usuários, mas existem outros criminosos que tiram proveito disso”, apontou.

Já o morador do bairro Jockey Club Emerson Franco Ortiz, 30, pediu que a Prefeitura de Campo Grande trate os problemas na região como prioridade. “A prefeita tem de investir mais na segurança pública. Falta iluminação e aqui é uma região onde acontece muito acidente de trânsito na Avenida das Bandeiras, que é bem movimentada nos horários de pico. A gente paga nossos impostos e temos direito a isso?”, questionou.

Para O Estado, o major Diego, do 10º Batalhão de Polícia Militar, informou que, apesar dos apontamentos, o índice de registros de ocorrência ainda é baixo.

“Pode ocorrer de ter alguns delitos em que as pessoas afetadas não registraram o boletim e por isso acaba não constando pra gente essa incidência. De qualquer forma, tanto na região das proximidades da Avenida das Bandeiras quanto em toda a região do Anhanduizinho nós temos desenvolvido operações e temos tido resultados como o cumprimento de mandados de prisão e apreensão de arma de fogo. É necessário que as pessoas registrem os ocorridos e também com o auxílio da Polícia Civil que é quem fica responsável pelas investigações após o ocorrido das infrações”, afirmou

Guarda Municipal deflagrou Operação Saturação na região

A Operação Saturação foi deflagrada nesse último fim de semana, 23 a 25 de setembro, na região da Avenida das Bandeiras, pela GCM (Guarda Civil Metropolitana). Ao todo, 103 veículos foram fiscalizados e 30 pessoas abordadas. Dos condutores, 35 estavam em carros e 68 em motocicletas. Destes, 13 tiveram algum tipo de notificação por irregularidades de documentos, 5 veículos foram removidos, 8 condutores não habilitados, 23 testes de etilômetro realizados e apenas 1 recusa.

Segundo o secretário de Segurança e Defesa Social, Valério Azambuja, a operação foi realizada atendendo aos pedidos da população que vive no entorno da Avenida das Bandeiras.

“Em especial dos moradores da Vila Jockey Club, Vila Jaci e Vila Nhanhá, a Guarda Civil Metropolitana está desenvolvendo diversas ações preventivas, principalmente na questão de conscientização e prevenção contra acidentes de trânsito por meio de blitz. Também estamos fazendo de forma criteriosa abordagens em pontos de ônibus e rondas nas vias de maior tráfico de veículos. A população pode continuar fazendo denúncias por meio do telefone 153”, assegurou Valério.

Por Suelen Morales – Jornal O Estado

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