Mato Grosso do Sul aparece no Boletim InfoGripe, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado na última quinta-feira (2), como um dos estados com aumento na tendência de casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), referente a semana epidemiológica 47 – de 21 a 27 de novembro. Para o médico infectologista Júlio Croda, a posição do Estado se dá pelo excesso de flexibilização aliado a baixa cobertura vacinal.
O mapa do InfoGripe mostra que Mato Grosso do Sul tem 75% de probabilidade de crescimento de casos de SRAG a longo prazo.
“No dado nacional, embora se mostre como um crescimento leve, podendo ser compatível com cenário de oscilação em torno de valor estável, a análise por faixa etária indica que se trata de aumento em todas as faixas etárias abaixo de 60 anos”, destacou o boletim.
De acordo com o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, na população com 30 anos ou mais, o crescimento é relativamente pequeno, sendo mais expressivo e presente desde novembro em crianças, adolescentes e jovens adultos, na faixa de 20 a 29 anos.
No caso das crianças com idade até nove anos, os resultados laboratoriais associados aos casos continuam indicando predomínio de vírus sincicial respiratório, que acompanha a tendência de aumento de SRAG nesta faixa etária. Entre adolescentes de 10 a 19 anos e jovens adultos (20-29 anos), mantêm-se majoritariamente associados à COVID-19.
Necessidade de vacinação
O médico infectologista, Júlio Croda destaca que tanto a Influenza quando a COVID-19 são síndromes gripal que exigem uma boa cobertura vacinal para o controle dos casos. “Se não existe cobertura elevada para esses dois casos e aumenta a flexibilização, consequentemente o Estado tem esse resultado”, explicou.
Ainda segundo ele, a cobertura vacinal da COVID ainda não é ideal para o controle da doença, e sem medidas restritivas, a flexibilização aumenta enquanto vacinação não anda na mesma velocidade.
“Estão falando muito sobre a COVID-19, mas não é só ela que influencia na SRAG, é necessário que se faça conscientização, campanha, busca ativa, a mesma condição da COVID sobre os casos de Influenza”, comentou.
Croda ainda ressalta que a população necessita ter a mesma consciência sobre a importância da vacina da gripe. “Um exemplo é o Rio de Janeiro que está tendo um surto de Influenza, pois teve baixa cobertura vacinal, então Mato Grosso do Sul precisa avaliar sobre a cobertura vacinal também”, acrescentou.
Cobertura de MS