A meta é no mínimo 200 sacolões por mês. Até agora foram 80. As arrecadações da CUFA/MS (Central Única das Favelas de Mato Grosso do Sul) (CLIQUE AQUI PARA CONHECER) são para comunidades onde há mulheres pretas, pardas e indígenas – elas são maioria nas favelas e locais de carentes de Campo Grande. Por isso, a artista plástica, Erika Pedraza está rifando um quadro do Bob Marley da nova safra de telas para ajudar a alimentar quem tem fome.
“Conheci as meninas no Slam Campão com elas fazendo poesia e rima. Fiz amizade com elas. Quando começou a pandemia elas estavam envolvidas com o CUFA/MS e comecei a ajudar também. Elas sempre compram meus quadros e me incentivam. Mas independente disso, se eu não as conhecesse daria um jeito de conhecer e ajudar. Este quadro está em exposição e é da minha última série. Resolvi fazer a rifa para ajudar”, explica Erika
A CUFA vai reverter todo o valor arrecadado com a rifa da obra para compra de alimentos. “Eles nos doou o quadro e chega até a gente quando for feito o sorteio. Mãe, mulheres pretas e também brancas que são mães solos vão receber estes alimentos”, destaca Lívia Lopes, coordenadora da entidade. Ela lembra que empresas nacionais e multinacionais também fazem doações, mas estas passam pela CUFA matriz, que divide e distribui para as filiais dos outros estados.
Grandes doações
“Então nem sempre recebemos tudo que as empresas doam a nível nacional. Aliás, ela é muito conhecida. Como regra, a gente dispara nas redes sociais todas as doações que a CUFA (marca e instituição) recebe. Porém, ainda não sabemos se de fato iremos receber uma parcela dessa doação aqui em Campo Grande (MS). Ainda mais sabendo que São Paulo e Rio de Janeiro concentram as maiores favelas”, avalia.
Lívia destaca que por aqui, em Mato Grosso do Sul, no ano passado, houve doações deste tipo. “Já recebemos doações da empresa Ovos Mantiqueira, SuperGasBras, Pic Pay, Ticket Alimentação, SuperDigital (banco digital da Santander) e Riachuello. Esse ano recebemos doações de voucher da Uber para levar os idosos para vacinação”, pontua.
No momento há quem precise mais em Campo Grande. “Nossa prioridade são duas comunidades: Samambaia, Jardim Macaúbas, no grande Los Angeles e favela Vitória do Noroeste. Na primeira são em torno de 525 famílias, que já atendemos com 35 sestas. Na comunidade vitória são 50 famílias e ainda não conseguimos atender”, ressalta Lívia Lopes.
História
Há um ano e meio A CUFA existe em MS e já atua em 30 comunidades. Mas, no Brasil já são 20 anos. Aqui eles acolhem com ações sociais, esportivas e culturais em favelas e comunidades, principalmente para as pessoas pretas. “A maioria das lideranças precisam ser pretas, pardas ou indígenas. Quando vamos as favelas a maioria das pessoas são mães solteiras, pretas, pardas ou indígenas. Fizemos um cadastro primeiro. Entramos em contato com um responsável ou liderança para cadastrar, se ela não conseguir nós mesmo vamos e fazemos o trabalho para evitar aglomeração no dia da entrega”, aponta Lívia.