Dia dos Namorados é sempre um bom motivo para estar perto de quem se ama. Vale tudo: jantar romântico, flores, presentes especiais. Entretanto, para alguns casais é um desafio conseguir passar este dia juntos, já que às vezes outras obrigações acabam interferindo nas comemorações.

Thiago Kalunga, 37 anos, é sargento do Corpo de Bombeiros e casado com Cristiane Pegoraro, 38 anos, escrivã da Polícia Civil. O casal se desdobra para conseguir trocar plantões e conciliar folgas, entretanto, por uma viagem de Thiago a trabalho, o casal não vai passar o dia de hoje junto.

Como agora o sargento trabalha para o canil do Corpo de Bombeiros, precisa estar à disposição para chamadas em qualquer cidade do Estado, o que sempre interfere nos momentos a dois.

“Antes eu trabalhava em regimes de plantão como a Cris, então a gente conseguia conciliar nossas folgas melhor. Hoje em dia está mais complicado, tenho de estar todo dia durante a semana treinando os cães, então teoricamente eu tenho fim de semana e feriado disponíveis, porém eu fico sempre de sobreaviso, para auxiliar em busca de desaparecidos no Estado inteiro”, conta o sargento.

Casados há 13 anos e acostumados com a rotina do serviço militar e civil, o casal já desenvolveu técnicas para comemorar e aproveitar o pouco tempo que tem. “Quando uma data especial cai em um dia que eu tenho plantão, já tento ver a possibilidade de trocar para passarmos juntos, ou comemoramos um dia antes ou depois. Neste Dia dos Namorados, como não vamos poder passar juntos, já celebramos no dia 3 que foi nosso aniversário de casamento”, comenta a escrivã da polícia.

Embora nunca exista tempo suficiente, o casal sempre dá um jeito e procura aproveitar os momentos e investir em um tempo de qualidade. “Não fico chateada por às vezes não podermos passar essas datas juntos, pois sei que nossas profissões exigem muito de nós e são imprevisíveis, as ocorrências sempre surgem. O importante é que sempre encontramos oportunidades para comemorar”, destaca Cristiane.

Outro casal que tenta aproveitar ao máximo o pouco tempo que tem junto é formado por Rodrigo Gasparetto, 36 anos, e Gisele Coelho de Souza, 32 anos. Ele é agrônomo e permanece no campo durante os dias da semana; só está na cidade no sábado e no domingo. Gisele é advogada autônoma, trabalha com os
irmãos no escritório de advocacia da família, o que faz com que ela esteja ocupada até tarde da noite, e isso muitas vezes impede o casal até na troca de mensagens de texto.

Além de agricultor, Rodrigo é músico, e antes da pandemia tocava na noite, o que diminuía ainda mais os encontros a dois com Gisele. “Sempre que possível ela ia prestigiar a banda, às vezes saía do escritório direto para o show. Sempre rola aquela forcinha dos dois lados pra gente se ver”, destaca Gasparetto.

O casal, que está junto desde 2019, não se apega tanto a datas comemorativas; para os dois, o que importa são os momentos que estão juntos. Rodrigo e Gisele são tão desapegados com esse tipo de datas que já chegaram a esquecer o próprio aniversário de namoro.

“Nós fomos lembrar só depois, rendeu muitas risadas. A gente se dá muito bem e não nos apegamos a datas, mas os momentos que estamos juntos aproveitamos com intensidade. Por esse motivo é que quase não temos fotos, a gente aproveita tanto que não dá tempo, ou esquecemos, cada momento é precioso”, conta Gisele.

(Texto: Ellen Prudente)