Além de caos pediátrico, adultos também aguardam há mais de 24h, por vagas

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Foto: Valentin Manieri/Jornal O Estado MS

Para o secretário de Saúde, a situação está controlada e a preocupação segue com os casos infantis

 

Com toda a problemática envolvendo a falta de leitos e de UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) pediátrica, tanto no setor privado quanto no setor público da Capital, por conta do alto contágio do vírus sincicial respiratório, outra questão pode causar preocupações à saúde. O jornal O Estado recebeu a informação que, além da superlotação do CRS Tiradentes, pessoas estão aguardando para conseguir umn leito de internação, entre elas, uma idosa de 60 anos, que está há mais de 24h aguardando transferência.

A sala de espera do local permanece lotada, mesmo com a informação que as consultas estão demorando aproximadamente uma hora.

Embora a preocupação dos últimos dias seja com os casos infantis, no CRS, a maior parte dos pacientes são adultos. Em visita ao local, a equipe do O Estado observou, inclusive, pessoas desistindo de esperar pela consulta e indo embora, assustados com a quantidade de pessoas a serem atendidas.

 Sobre o tempo de espera para transferência para um hospital, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) explicou que são regulados cerca de 120 pacientes para hospitais por dia, mas que o tempo de espera depende de cada paciente e da disponibilidade de vagas. 

Os pacientes mais graves são priorizados e encaminhados em um prazo máximo de 24h.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Sandro Benites, a situação de atendimentos dos adultos nas demais UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da cidade está controlada e, mesmo que haja alta demanda, o quadro médico está completo e deverá atender dentro do tempo protocolar.

Ele afirma também que o caos da pediatria se repete em todos os hospitais da cidade. “Estive em algumas UPAs, e a questão dos adultos é um ponto controlado. O que continua nos preocupando é a falta de leitos pediátricos.

Nos hospitais como Cassems, Unimed e até mesmo da Santa Casa, a questão continua crítica e é com isso que temos que lidar, no momento”, disse.

 

Lotação

Segundo dados coletados pela equipe do O Estado, nesta semana, a superlotação da Santa Casa tem ultrapassado a capacidade do pronto-socorro, tanto da área vermelha quanto da área verde, nos setores adulto e pediátricos. Dos adultos, na área vermelha, estavam com 11 pacientes, sendo 3 intubados e 9 internados. Neste local, a capacidade é de apenas 6 pacientes.

Já na área verde, a situação é ainda mais preocupante, pois mesmo com a capacidade de apenas 7 pessoas, o setor está com 32 pacientes. Na área da pediatria, com capacidade

para 3 pessoas na área vermelha, o número atual é 5, sendo 4 intubados e um em observação. Na área verde, com capacidade de 7, está com o dobro.

O município já está há uma semana em tratativas com os hospitais, para a contratualização de novos leitos pediátricos e leitos de UTI, para conseguir suprir a demanda. Inicialmente, o hospital El Kadri foi mencionado para atender a prefeitura, com a disponibilização de 30 leitos, bem como equipes médicas para atender a esses pacientes, mas, por conta de burocracias, não deu certo.

Agora, a secretária aguarda o posicionamento da Santa Casa para a liberação de 10 leitos para o SUS (Sistema Único de Saúde). 

Por Camila Farias – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul

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