Agosto registra maior número de pessoas desaparecidas em todo 2022 na Capital

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Imagem: Reprodução/Nilson Figueiredo/Valentin Manieri
Delegado destaca alta resolutividade dos casos, com 95% sendo solucionados nos três primeiros dias

Por Brenda Leitte e Camila Farias – Jornal O Estado do MS

Todo ano são pelo menos 100 famílias enfrentando a dor de registrar o desaparecimento de parentes nas delegacias de Mato Grosso do Sul. De acordo com dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), só em Campo Grande, o mês de agosto registrou o recorde com o maior número de boletins de ocorrência por desaparecimentos de 2022, sendo oito casos – dados atualizados até o dia 28 de agosto.

Além disso, neste ano, MS já acumula 171 registros de desaparecidos. O ano começou com 26 casos em janeiro, e teve leves quedas nos meses seguintes. Em maio, houve um salto nos casos, onde 30 boletins foram registrados por familiares. Nos últimos cinco anos, o maior número de casos de pessoas desaparecidas foi registrado em 2019, com 288 desaparecimentos no Estado.

Em agosto deste ano, houve 21 boletins por desaparecimento, sendo o maior número registrado em 2022. Já em MS, neste mês foram registrados 21 casos, até o momento.

Ainda segundo levantamento da Sejusp, os homens são a maioria nesse tipo de ocorrência, com 118 casos, ao passo que as mulheres foram 49 e os não informados, 4. Outro indicador aponta que mais da metade dos desaparecidos no Estado é de pessoas adultas, totalizando 99 registros. Já os jovens, de até 19 anos, foram 47 dos casos, e os idosos, 18. Os adolescentes e as crianças representam 6 e 1 desses registros, respectivamente.

As ocorrências de desaparecimento registradas na Capital são investigadas pela Polícia Civil, que conta com um setor exclusivo para tratar sobre os desaparecidos dentro da DEH (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídio). Durante as buscas, a família recebe telefonemas com as atualizações dos casos e podem divulgar fotos e dados dos desaparecidos.

O delegado titular da DEH, Carlos Delano, explicou a O Estado que, mesmo com um alto índice de pessoas desaparecidas, de acordo com as estatísticas da polícia, cerca de 95% dos casos costumam aparecer nos primeiros três dias.

“Na maior parte das notificações registradas, acaba-se descobrindo posteriormente que a pessoa opta por se retirar do convívio familiar e dos amigos por algum desentendimento, ou motivo pessoal, patologia psiquiátrica ou até mesmo dependência química ou ao álcool. Em outros casos a pessoa de fato se afasta sem intenção de voltar para o convívio e isso precisa ser respeitado, então nós fazemos o trabalho, localizamos a pessoa, sinalizamos para a família que ela foi encontrada, mas respeitamos a decisão dela”, destacou Delano.

Agilidade

Conforme explicou o delegado, atualmente, não é necessário esperar 24h do sumiço para registrar o caso; assim que for identificado o desaparecimento, já é possível fazer a abertura do Boletim de Ocorrência nas Depacs (Delegacias de Pronto Atendimento Comunitário) de Campo Grande, ou online pelo site da Devir (Delegacia Online de Mato Grosso do Sul). O banco de dados de todos os desaparecidos também pode ser acessado no site da delegacia virtual.

“Não existe um tempo para registrar o desaparecimento, a partir de quando o familiar chega para fazer o Boletim de Ocorrência e comunicar o desaparecimento de alguém, no primeiro contato já ocorre uma busca imediata nos sistemas da polícia e em seguida o cadastro é feito e a pessoa passa a constar como desaparecida, a partir daí ela já passa a ser procurada nos sistemas de dados”, finaliza o delegado.

Anteriormente, quando uma pessoa desaparecia eram colocados cartazes impressos em delegacias, supermercados e até mesmo postes de iluminação, mas atualmente, com os avanços tecnológicos, os dados dos desaparecidos são registrados todos de maneira online.

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