Adriane Lopes tomará posse como segunda prefeita, após 39 anos

Foto: Beatriz Feldens/O Estado Online
Foto: Beatriz Feldens/O Estado Online

Por Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul

Vice-prefeita comandou a administração da Capital durante o fim de semana

A vice-prefeita, Adriane Lopes (Patriota) se consolida, após 39 anos, como a segunda prefeita mulher de Campo Grande, com a saída de Marquinhos Trad (PSD) do cargo. A posse ocorre na Câmara Municipal na segunda-feira (4). Adriane Lopes passou a comandar o Executivo da cidade nesse sábado (2), quando cumpriu apenas agenda interna no gabinete, se preparando para a posse.

Sobre o processo de posse de Adriane Lopes, o Procurador-Geral do Município, Alexandre Ávalo Santana, primeiramente esclareceu ao Jornal O Estado, que após a renúncia de um prefeito não é necessário uma solenidade ou cerimônia de afastamento dele.

Ávalo explica que conforme a lei orgânica do município, o gestor que deseja renunciar deve enviar o documento ao presidente da Câmara e publicar o ato em Diário Oficial, que ocorreu na edição extra de sexta-feira (1º). Feito isso, inicia-se o processo de posse da nova gestora.

O procurador explica ainda que é de competência do presidente da Câmara, o vereador Carlos Augusto Borges (PSB) dar posse à vice-prefeita, em ato solene na Casa de Leis.
Como Trad se afastou do cargo na noite de sexta-feira, a cidade permaneceu no comando
da vice no sábado e domingo até a oficialização como nova prefeita de Campo Grande.

Sobre a posse na Câmara, o vereador Sandro Benites disse que os vereadores estão organizando uma sessão extraordinária para ocorrer no período da manhã. Ele destaca que está feliz com o novo posto da correligionária, que terá apoio dos vereadores e das equipes que permanecem no Executivo.

“Estamos muito felizes com essa mudança e crescimento de um partido tão pequeno como o Patriota, que elegeu dois vereadores e agora vai ter uma prefeitura. Então, vamos contar com grande apoio, inclusive, dos funcionários de carreira para que a gente possa tocar uma Capital, com quase um milhão de habitantes”.

Ele ainda diz que não sabe se atuará na Casa de Leis como líder da futura prefeita e que se receber o convite vai aceitar prontamente.

Importância histórica

O posto de segunda mulher a comandar a cidade, simbolicamente representa importância histórica no cenário político de Campo Grande. A primeira mulher a exercer a função foi a professora e advogada Nelly Bacha, que era vereadora e na condição de presidente da Câmara de Campo Grande, em 1983, ficou por três meses à frente da administração por conta da saída do então prefeito Heráclito de Figueiredo. Ela permaneceu de 14 de março a 20 de maio de 1983 até a escolha de Lúdio Coelho para administrar a cidade.

O professor titular aposentado da UFMS (Universidade Federal de MS), cientista político Tito Carlos Machado acredita que a posse de Adriane na prefeitura é “sem dúvida, muito importante para a história política de Campo Grande.”

“Isso evidentemente vai contribuir para que outras mulheres participem mais da política, e independente dela fazer uma boa gestão ou não, vai contribuir para esse cenário político.”
Já o sociólogo Paulo Cabral, diz que a gestão ainda é uma incógnita. “Ela não apresenta nenhuma bandeira feminista e com relação ao desempenho a se esperar dela acaba que uma incógnita, porque afinal, a grande marca e que ela ficou conhecida é o fato dela ser cônjuge do deputado estadual Lídio Lopes (Patriota). Considerando que eles são evangélicos, conservadores e etc, a gente tem a previsão de uma pauta de costumes, onde se privilegiará o conservadorismo. Com relação a parte da administração não há como pressupor qualquer coisa porque até onde me cabe, ela nunca ocupou um cargo de gestão.”

Conheça a trajetória de Adriane Lopes

Adriane Lopes (Patriota), tem 39 anos, é natural de Grandes Rios, no interior do Paraná, e veio para Campo Grande aos nove anos com o pai, que prestava serviços de construção civil. Adriane vendia sorvete de porta em porta para pagar a faculdade.

Ela se formou em Direito e Teologia, Pós-Graduada em Gestão Pública e Gerência de Cidades. Adriane trabalhou como advogada e atuou durante quatro anos na Agepen
(Administração Nacional do Sistema Penitenciário), e desenvolveu alguns programas sociais com o marido, o deputado estadual Lídio Lopes. Têm dois filhos e foi eleita vice -prefeita da Capital pela segunda vez.

Adriane Lopes concedeu entrevista ao jornal O Estado MS onde comentou sobre a emoção de ser prefeita de Campo Grande. “Ser prefeita será a coroação talvez de um sonho e uma possibilidade de como mulher fazer história na nossa cidade, com trabalho sério e muita vontade de executar e atender os anseios do nosso povo, da nossa cidade de Campo Grande”.

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