Por Suelen Morales – Jornal O Estado de MS
Iniciativa da Rede Municipal de Ensino foi aprovada por pais de alunos e educadores de Campo Grande
O reforço escolar na Reme (Rede Municipal de Ensino) já é uma realidade em Campo Grande. A Semed (Secretaria Municipal de Educação) espera a avaliação escolar para traçar um planejamento e, se necessário, realizar a contratação de novos professores que ficarão responsáveis pelo reforço. Por enquanto, o professor em sala de aula tem dado mais atenção aos alunos que apresentam defasagem na aprendizagem, reflexo ainda do período de isolamento social em decorrência da COVID-19.
Presidente da ACP-MS (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Lucílio Nobre, mesmo acreditando que a iniciativa seja necessária, defende a contração de novos professores para o reforço escolar.
“O reforço é bem-vindo, nós não temos nada contrário a gente tem é que apoiar mesmo as iniciativas que possam recuperar essa meninada por conta desses dois anos que ficaram defasadas. Enfim, tem de dar conta de recuperar o conteúdo desse aluno e a contratação de novos professores é importante, porque, caso contrário, irá sobrecarregar os professores que já estão lecionando em sala de aula. Então obviamente precisa de mais colegas para poder fazer esse trabalho de reforço, se não o professor não dá conta e adoece”, ponderou.
A implantação do reforço escolar é uma das metas deixadas pelo ex-prefeito Marquinhos Trad que está sendo atendida pela atual prefeita, Adriane Lopes (Patriotas).
O jornal O Estado questionou a Semed sobre quais escolas já estariam recebendo o reforço escolar há duas semanas, porém, até o fechamento desta matéria, não obtivemos retorno. Mesmo assim, na semana passada a chefe do Executivo municipal garantiu que se reunirá uma vez por semana com a equipe da Secretaria de Educação para acompanhar o andamento do reforço escolar e demais soluções pedagógicas que possam ajudar os alunos das séries iniciais.
“É necessário o comprometimento de todos para ajudar nossas crianças a recuperarem o desempenho escolar”, ponderou a prefeita. O jornal O Estado acompanhou a saída escolar da Escola Municipal Nicolau Fragelli, no bairro São Francisco, e conversou com os pais sobre a necessidade do reforço escolar.
Para a mãe Márcia Costa Leite, 47, o reforço escolar é mais do que necessário neste período de pós-pandemia e após ficar tanto tempo em casa.
“Por mim não tinha nem férias agora em julho. Meu filho está tendo dificuldade, ele está no segundo ano e já era para estar lendo. Mas, a pandemia causou um estrago né! Se tivesse aula aos sábados eu também apoiaria, acharia ótimo. O primeiro ano do meu filho ele não aprendeu nada no ensino remoto, a gente que trabalha quase não teve condições de ficar ensinando”, desabafou.
A recepcionista Fernanda Fonseca, 29, também defende a implantação do reforço. “As crianças estão mesmo com bastante dificuldade e eu acho que o reforço escolar seria uma boa ideia. Mesmo que precisasse aumentar o tempo que passam dentro da escola, eu apoiaria com certeza”, opinou.
Um professor de Matemática, que prefere não se identificar, considera o reforço escolar importantíssimo, pois os alunos apresentam dificuldades nas principais disciplinas.
“Os alunos, especialmente em Matemática, estão com muita defasagem e os professores estão com dificuldades em prosseguir. Tem alunos que têm bastante habilidade, mas outros que não estão conseguindo acompanhar e fica difícil para o professor, pois ele precisa ajudar o aluno que está com muita dificuldade e o aluno que tem habilidade para prosseguir”, observou.
Cabe ressaltar que o programa de reforço escolar foi aprovado pelos vereadores por meio da Lei nº 6.734, publicada na edição de dezembro de 2021 do Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande). A implantação do sistema foi apresentada como primeira meta pela prefeita, durante sua posse há pouco mais de 40 dias, na Câmara Municipal de Campo Grande.
Reforço escolar é lei desde 2021
Em 2019, a necessidade do reforço escolar já havia sido apresentada pela Semed, que fez levantamento para identificar alunos com dificuldades para ler e escrever, mas em razão da pandemia os planos foram adiados. A expectativa é de que a medida beneficie alunos do Ensino Fundamental do 2° ao 9° ano.
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