A sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de MS) promoveu no Memorial da Cultura Indígena Cacique Enir Terena, uma live em celebração ao Dia dos indígenas, comemorado na manhã desta segunda-feira (19). O mês de abril marca o mês da resistência, mas a ocasião tem sido usada na educação e cultura nacionais como atividade para deslegitimar agendas políticas e culturais nativas.
Durante a transmissão, o Cacique da comunidade indígena Marçal de Souza, Josias Jordão explicou a importância da imigração do povo indígena para a cidade ”pegando a história, a gente começou a ver a importância dos nosso anciões ao sair das nossas aldeias e construirem suas vidas em Campo Grande.”
”Essa data celebra, é uma data de resistência e uma data de protesto, para que nossa etnia seja ouvida e para que todos tenham a sensibilidade dos nossos anos de luta e resistência. A data também serve para a nova geração ver a importância da nossa cultura.
”Todo dia é dia do índio. Hoje, a comemoração é importante nesse momento crítico da pandemia, já que não podemos ter danças, rodas de conversa e as histórias contadas pelos nossos anciões. Lá atras, eles buscavam esse reconhecimento, que incentiva nós hoje. Em campo grande temos uma aldeia muito bem organizada e bem representada pela nossa liderança, e temos certeza que estamos caminhando certo para o futuro e na educação das crianças, que são o futuro de amanhã.” declara o Cacique.
Processo de urbanização
”Na época das ferrovias em Campo Grande tivemos um grande líder, o seu Calixto Francelino, que veio trabalhar na ferrovia e naquela época ele ja fazia essa transição pela cidade. Ele e outras lideranças, como Seu Agostinho, que criou a primeira associação indígena, já buscavam o espaço e o bem estar entre a população da cidade e os indígenas” comenta.
Josias explica que ”tudo é dificultoso para o indigena, mas eu tenho certeza que após 520 anos de luta, que a comunidade indígena ainda existe. Isso é importante para a nova geração, pois hoje na comunidade temos também acadêmicos, como advogados, doutores e engenheiros que não perderam a identidade da cultura indigena e que ocupam o espaço na cidade.”