A conta chega: calorão força consumo e consumidores se deparam com conta de luz mais cara

ar condicionado
Foto: Marcos Maluf

Ar-condicionado e ventiladores são os vilões causadores do aumento

Para amenizar o calor, muitos passaram a usar, com mais frequência, ventilador, ar- -condicionado e climatizador de ambiente. Estas são alternativas que demandam mais consumo de energia elétrica, o que reflete diretamente na conta de luz.

“Um susto”, conta a consumidora Camila de Lurdes, de 28 anos, ao receber a fatura de energia referente ao mês de outubro. “Quase tive um infarto, veio R$ 800 de luz. Em casa, fazemos uso do ar-condicionado por conta desse calorão, e olha que nem somos em muitos moradores em casa, pois moramos eu, meu marido e dois filhos. Mas, nesse calor, o jeito foi recorrer ao ar-condicionado ligado por mais tempo”, justifica.

Outra consumidora que sentiu o impacto em sua conta de energia foi a advogada Roberta Gai, de 29 anos. “Em agosto, ainda paguei duzentos; em setembro, R$ 285,73, já agora, em outubro, o valor duplicou, subindo para R$ 435,92. Achei estranho, porque ligo o ar-condicionado só à noite”, comenta.

Nos últimos anos, as famílias sul-mato-grossenses consumiram, em média, 41% mais energia, entre os meses de agosto e novembro, do que no restante do ano, segundo registro da concessionária Energisa MS.

Na segunda-feira (23), Campo Grande bateu novo recorde de temperatura. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) registrou 39,4 °C, com sensação térmica de 38,7 °C.

Recorde histórico 

O consumo de energia atingiu a média histórica este ano, no dia 21 de setembro. Segundo dados da Energisa MS, o pico de consumo de energia elétrica registrou a potência de 1.248 MW (Megawatts). A última marca atingida havia sido em 29 de março deste ano, quando o uso foi de 1.214 MW.

A concessionária destaca que a ampliação de implantação de energia solar é o principal responsável pela migração do horário de pico. A diferença no aumento de consumo, de março para setembro, é o suficiente para abastecer a quarta maior cidade de Mato Grosso do Sul, Corumbá.

“Nos últimos dois anos, além da geração distribuída, o comportamento do cliente mudou e o aumento de consumo identificado pela classe residencial ocorre no período da noite (por volta das 22h), devido à grande utilização de condicionadores de ar”, explica o coordenador comercial da distribuidora, Jonas Ortiz.

Dicas para economizar na conta 

Se os aparelhos funcionam por mais tempo, a consequência é um maior consumo de energia para manter as temperaturas programadas nos aparelhos, segundo orienta a empresa de energia. Adotar atitudes que evitem o desperdício de energia podem fazer toda a diferença no orçamento familiar, especialmente na hora que a conta de luz chegar.

• Ar-condicionado: os filtros devem ser lavados, no mínimo, uma vez por semana. Portas e janelas devem estar sempre fechadas quando o ar estiver ligado, para evitar que o ar frio saia do ambiente e provoque um tempo maior de funcionamento do aparelho; se possível, priorize a posição de 23 °C. É importante considerar também que a potência do equipamento seja bem dimensionada para o ambiente que está instalado, evitando que o equipamento tenha potência inferior ao necessário para não exigir maior esforço, nem perda em eficiência de consumo que o equipamento tem.

• Ventiladores: é ideal que permaneçam ligados apenas quando alguém estiver usando. Deixar o ventilador ligado com antecedência para tentar refrescar um ambiente, não funciona, só serve para desperdiçar energia.

• Geladeiras e freezers: manter, preferencialmente, o mais longe possível do fogão, fornos e outras fontes de calor. A borracha de vedação da porta precisa estar em boas condições para o ar frio não escapar. As prateleiras devem ficar sem forros e é necessário evitar o abre e fecha. Avalie se o uso do freezer é realmente necessário, neste período.

• Iluminação: quanto mais luz natural, melhor. Lâmpadas fluorescentes ou LED são as mais econômicas.

Por Suzi Jarde

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