Maior desafio será o de recuperar aprendizagem de alunos perdida nos últimos meses com a pandemia
Após cerca de um ano e meio de forma remota, as aulas presenciais na REE (Rede Estadual de Ensino) já têm data prevista para o retorno, no dia 2 de agosto. Para a secretária Estadual de Educação, Maria Cecília Amendola Motta, mesmo em meio à pandemia, o retorno é necessário e será marcado por uma “batalha dobrada” para ajudar os alunos a recuperarem os impactos causados na educação.
Em entrevista para o jornal O Estado, ontem (5), ela explicou que foram investidos R$3,6 milhões na compra de materiais, como álcool em gel, máscaras, termômetro para preparar as escolas para o retorno. A retomada será baseada na classificação das bandeiras do Prosseguir, que vai determinar como será o escalonamento dos alunos.
“O prejuízo cognitivo, das crianças e dos estudantes que ficaram isolados foram enormes, que vão levar anos para se recuperar, as questões socioemocionais, foram ainda maiores, de casos de depressão, violência, tudo o que podemos imaginar. Por isso, decidimos tomar uma atitude [a do retorno]. Por que, temos que fazer uma gestão para o Estado, e por isso, decidimos adotar a bandeira de cada município, no grau do prosseguir”, explicou.
Até a bandeira amarela, o retorno dos estudantes não será obrigatório. Os pais e responsáveis poderão escolher se vão permitir que os filhos vão à escola ou se continuarão estudando de forma remota. “Acho que temos muitas crianças, jovens e famílias inseguras, mas não tenho dúvidas de que nas primeiras semanas os alunos vão retornar às aulas, não tem porque não ir à escola.
No ano passado, a SED (Secretaria Estadual de Educação) realizou a busca ativa para resgatar estudantes que deixaram de responder às atividades remotas. Conforme Motta, o ano letivo em 2021 foi encerrado com 90% dos alunos de volta às aulas. Ela afirma, que o trabalho deu certo e vai continuar para o retorno presencial. Só que agora com um novo desafio: recuperar a aprendizagem de muitos que acabaram ficando para trás, por conta das dificuldades para estudar durante a pandemia.
“Eles vão voltar, com certeza, em níveis totalmente diferentes, uns tem mais vantagem do que outros. Precisamos ter uma proposta de recuperação e isso serão anos de aprendizagem. Têm estudos dos Estados Unidos que falam, o que faz com aprendizagem três meses de férias escolares, que já é um baque. Imagina um ano e meio que nós estamos sem atividades [presenciais], apesar de nós estarmos com atividades remotas, mas não é igual para todos. Eu conheço gente que está na fazenda que abandonou os estudos, por mais que vá buscar, não tem condições e é difícil. Então tem que ter um esforço conjunto e é isso que a gente tem que fazer, vamos ter que tentar aos poucos com cada estudante. A batalha vai ser dobrada”, reforçou Motta.
Por conta disso, a secretária reforça que os pais e responsáveis não precisam ter medo do retorno presencial e pede para que deixe os filhos voltarem para a escola. “Não tenham medo de enfrentar a escola. Os estudantes não estão na escola, mas estão em tudo quanto é lugar, estão até no shopping. Quer lugar mais seguro do que a escola, nesse momento? Então, o meu pedido é que os pais fiquem tranquilos que nós nos preparamos para isso”, finalizou.
Retorno conforme Prosseguir
A classificação por bandeiras, do Programa Prosseguir, será fundamental para determinar como se dará a retomada das aulas presenciais na rede Estadual de Ensino, prevista para o dia 2 de agosto. As cidades que estão na bandeira cinza, por exemplo, iniciarão as aulas com 30% dos estudantes em sala. Já na bandeira vermelha, as escolas devem ter 50% dos alunos, bandeira laranja, 70% dos alunos e bandeira amarela 90% dos alunos devem estar em sala de aula. Somente os municípios na bandeira verde voltarão com aulas 100% presenciais.
(Mariana Ostemberg com assessoria)