Dia da Independência será de grande movimentação em Campo Grande e forças de segurança estarão prontas para evitar que tenha confrontos
Forças de segurança e movimentos políticos de Campo Grande se preparam para manifestações do Dia da Independência, em 7 de setembro. Na próxima semana, é prometido protestos no Centro com carreata e motociata pró-Bolsonaro e ainda demonstrações de cidadania por opositores no chamado ‘Grito dos Excluídos’. A Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), através do secretário Antonio Carlos Videira enxerga com normalidade os atos na data e não acredita que haverá revoltas ou brigas por parte dos participantes.
Questionado, Videira afirmou ao Jornal O Estado que as forças de segurança estadual estão preparadas para lidar com as atividades na data. “Podemos dizer que anualmente é comum no 7 de setembro, manifestações tanto de um lado quanto de outro. Um exemplo, é o ‘Grito dos Excluídos’. A segurança pública de Mato Grosso do Sul tem todo um planejamento voltado para manter a comemoração do Dia da Pátria. Nós temos o pessoal da inteligência, já atuando de forma a subsidiar os tomadores de decisão das melhores medidas que possam garantir o respeito ao Dia da Pátria e também uma manifestação respeitosa daqueles que divergem de um tema e outro.”
O gestor da segurança pública também destaca que possíveis confrontos entre movimentos com ideologias contrárias estão praticamente descartados. “O que se busca é garantir a integridade física, a paz, o respeito e a ordem. Se não houver ordem não haverá progresso e esse é o lema.”
Sobre a organização da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, o comandante-geral coronel Marcos Paulo Gimenez, afirmou que a corporação desenvolve trabalho de inteligência e monitoramento das organizações que visam azer eventos na cidade. Ele esclarece que a Polícia Militar tem a responsabilidade de realizar a segurança quando informada. “É livre o direito de se manifestar desde que seja informado com antecedência. A PM é informada e adota o procedimento operacional padrão. Temos no artigo 5º inciso 4 e 5 da Constituição Federal, que fala que o direito da manifestação e livre pensamento é garantido, desde que seja informado com antecedência. Também temos outro artigo que cita que é vedado o anonimato nos manifestos.”
O comandante explicou também que a PM se organiza seguindo as normas para evitar confrontos entre manifestantes com ideologias opostas. Por isso, que é necessário as organizações informarem com antecedência sobre os locais onde promoverão seus manifestos. “O artigo 5º inciso XVI diz que todos podem se reunir, sem armas, e desde que não frustrem outra reunião já organizada e avisada previamente. Isso é exatamente para evitar confrontos e é um procedimento adotado pela PMMS.”
Insubordinação
Em relação a possíveis casos de insubordinação por parte dos PMs com chamamentos aos manifestos como ocorreu em São Paulo e houve o afastamento do comandante regional por determinação do governador João Doria (PSDB), o secretário Antônio Carlos Videira afirmou que o Coronel Marcos Paulo é uma grande liderança e existe a certeza de que as ordens e orientações são seguidas por toda a corporação.
O comandante, Coronel Marcos Paulo também afirmou que não existem casos de infrações no Estado e que Mato Grosso do Sul se diferencia dos demais estados por agir sempre em acordo com as prerrogativas e Constituição Federal. “Até o momento não identificamos nenhum PM insubordinado com relação a essas movimentações. E
sobre as possíveis punições caso ocorra podem ser diferenciadas. Cada caso é um caso e precisa ser analisado. O policial militar é regido por várias legislações, desde o Código Penal Militar ao regulamento disciplinar. Aqui não tenho recebido nenhuma informação sobre casos assim.”
Monopólio do ‘patriotismo’
O sociólogo Paulo Cabral afirma que tem plena convicção de que as forças democráticas do país, não vão deixar haver ruptura do sistema e que as manifestações dos bolsonaristas são uma tentativa de demonstração de força, pois cada vez mais o movimento perde apoiadores pelos erros do presidente Jair Bolsonaro. Ele explica que é como se o grupo tentasse monopolizar atos de patriotismo.
“No período da ditadura, os militares possuíam o poder e fizeram aquela chamada ‘grande patriotada’. Mas, uma coisa é diferente da outra. Você pode vestir verde e amarelo e vender nossas riquezas para o estrangeiro, e isso não tem nada de patriota. É como se eles quisessem fazer aquele monopólio do patriotismo. Como se só eles amassem o Brasil e lutassem para melhorias. Quando na verdade, apoiam um gestor que não resolve o problema da inflação, do desemprego e a crise da pandemia.”
(Texto: Andrea Cruz)