O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), anunciou nessa quinta-feira (9) que deixará a Corte e pretende se dedicar à vida acadêmica após a aposentadoria. Em conversa com jornalistas, Barroso afirmou que tomou a decisão por sentir que “cumpriu seu papel” no tribunal e que era o momento de “ceder espaço para outras pessoas”.
“Aceitei convite para estar em uma instituição chamada Max Planck, na Alemanha, em novembro. Vou para Sorbonne, na França, em janeiro, mas não tenho projetos delineados. […] Senti no meu coração que havia cumprido ciclos. Era hora de abrir espaço para pessoas que vêm com outras ideias”, declarou o ministro.
Barroso contou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já desconfiava de sua intenção de se aposentar. Segundo ele, a decisão vinha sendo amadurecida há cerca de dois anos.
“Ele suspeitava porque estive com ele no sábado, no show da Maria Bethânia, e eu disse que precisava falar com ele sobre um assunto importante. Havíamos marcado uma audiência para ontem, mas o presidente precisou desmarcar”, afirmou.
Questionado sobre o possível substituto, Barroso elogiou as indicações anteriores de Lula ao STF, Cristiano Zanin e Flávio Dino, e destacou a importância de ampliar a presença feminina nos tribunais superiores.
“Sou um defensor de mais mulheres nos tribunais superiores como uma regra geral, mas há homens e mulheres capazes. Acho que o presidente tem acertado e acho que ele vai acertar de novo”, afirmou.
O ministro também negou qualquer relação entre sua aposentadoria e as sanções impostas pelos Estados Unidos a integrantes do Supremo. Ele classificou sua saída como parte de um encerramento natural de ciclo.
“Desde o começo calculei 12 anos e, dois anos atrás, já havia dito ao presidente que era uma intenção possível. Espero que isso se resolva, porque acho que simplesmente cumprimos o nosso dever. Não me é indiferente o tipo de sanção que caiu contra o ministro Alexandre [de Moraes] e a esposa dele”, declarou.
Barroso deixará o STF após mais de uma década na Corte, onde protagonizou decisões de grande impacto político e social. O ministro, conhecido por sua atuação em temas como direitos civis, liberdade de expressão e meio ambiente, encerra sua trajetória no Supremo para retomar a vida acadêmica em instituições de prestígio internacional, como o Instituto Max Planck e a Universidade de Sorbonne.
Com informações do SBT News
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