Com 92% das urnas apuradas, a segunda eleição de Israel neste ano aponta para um empate técnico entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, no poder há 13 anos, e o ex-general Benny Gantz, coalizão Azul e Branco (centrista), considerado favorito em várias pesquisas antes do pleito. E o motivo dessa chance de transição de comando diz respeito muito ao apoio mais discreto de superpotências ao atual líder do país.
A soma dos blocos ideológicos indicava até 56 assentos para a direita, o que priva Netanyahu da possibilidade de formar um Governo conservador homogêneo, enquanto a centro-esquerda obteve 55 lugares, conforme o jornal El País.
Avigdor Lieberman, ex-ministro da Defesa e paladino político dos judeus de origem russa, foi o verdadeiro vencedor das novas eleições, um pleito que ele próprio forçou ao se recusar a integrar seu partido, Israel Nossa Casa, a um novo executivo liderado por Netanyahu após as eleições legislativas de abril passado.
Lieberman quase dobrou, com nove cadeiras, seus resultados de cinco meses atrás. Seu papel arbitral atribui a ele a chave da governança.
Após os resultados, Netanyahu, que apostou o poder que concentra há uma década neste pleito, apareceu pela manhã diante de seus seguidores em um auditório semi-vazio em Tel Aviv. Afirmou ser necessário esperar a proclamação dos resultados finais antes de considerar as possibilidades de formação de Governo.
(Texto: Danilo Galvão com informações do El País)